Tem acompanhamento psicológico, rodas de conversa com outras mulheres e famílias, orientação e apoio contínuo.
A Prefeitura de Renascença, no Sudoeste do Paraná, lançou oficialmente o programa “Entre Laços”, uma iniciativa pioneira voltada ao acolhimento de mulheres e famílias que enfrentaram a dor da perda gestacional. O anúncio foi feito por meio de um vídeo institucional publicado nas redes sociais da Prefeitura, com depoimentos da prefeita Fabieli Manfredi (PDT) e da secretária municipal de Saúde, Suzia de Bem, ambas compartilhando vivências pessoais relacionadas ao tema.

A proposta reforça a importância de políticas públicas voltadas à saúde emocional da mulher, especialmente em momentos de luto que muitas vezes são vividos de forma silenciosa e solitária.
Luto gestacional: da dor pessoal à construção de políticas públicas
“Falar sobre perda gestacional ainda é difícil. É uma dor silenciosa que muitos carregam sozinhos. Eu também passei por esse luto. Na minha experiência como vereadora, fiz a indicação de um projeto de acolhimento às mulheres. E agora, como prefeita, nós podemos realizar”, afirmou Fabieli Manfredi, destacando a sensibilidade da gestão com temas relacionados à saúde mental e emocional.
A secretária de Saúde, Suzia de Bem, também compartilhou sua trajetória pessoal: “Eu perdi quatro bebês. E sei, com profundidade, o que é viver esse luto tantas vezes. O silêncio, a falta de compreensão, a solidão… Tudo isso marca profundamente uma mulher. Por isso, o programa Entre Laços nasce com tanto amor e sentido: para oferecer acolhimento verdadeiro, escuta e respeito”.
Atendimento psicológico e escuta humanizada
O programa Entre Laços prevê uma série de ações práticas para fortalecer a rede de cuidado emocional no município. Entre as iniciativas estão:
- Atendimento psicológico especializado para mulheres e famílias enlutadas;
- Rodas de conversa entre mulheres que passaram por perdas semelhantes;
- Acompanhamento contínuo em casos de luto gestacional;
- Capacitação de profissionais de saúde para atendimento com empatia e humanização.
A estratégia é coordenada de forma multidisciplinar, envolvendo psicólogos, enfermeiros, médicos, assistentes sociais e, de maneira essencial, as agentes comunitárias de saúde — profissionais que atuam diretamente junto às famílias, identificando com sensibilidade os casos de perda gestacional, muitas vezes silenciosos e não verbalizados.
“As agentes de saúde têm um papel fundamental nesse processo. Elas são a porta de entrada para o cuidado, o primeiro elo entre a dor e o acolhimento”, reforçou Suzia de Bem.
UBSs serão referência para acesso ao programa
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, os atendimentos serão organizados com apoio das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e da equipe de psicologia do município. Famílias que passaram por perda gestacional podem procurar a unidade de saúde mais próxima para receber orientações sobre como participar do programa.