Uma equipe reduzida, composta por membros do Corpo de Bombeiros de Pato Branco, da Sanepar e da ONG Instituto Iaraê, sob a supervisão do aspirante Branco, realizou uma expedição de dois quilômetros pelas galerias subterrâneas do Rio Ligeiro. O objetivo principal foi inspecionar o local e identificar pontos críticos que possam estar contribuindo para alagamentos na cidade.
Colaboração interinstitucional para a segurança e o meio ambiente
A iniciativa, considerada de “fundamental importância” pelo secretário municipal de Meio Ambiente, Vicente Michaliszyn, destaca o entrosamento entre as instituições envolvidas. “Nosso propósito é encontrar quais os pontos críticos que possam estar ocorrendo em relação a essa canalização do Rio Ligeiro, e que não é incomum de ocorrer pontos de alagamento”, afirmou Vicente.
A incursão é vista como um passo essencial para a compreensão do sistema de drenagem urbana de Pato Branco, que tem sido objeto de debates e anúncios sobre um contexto maior de avaliação. “Essa é uma expedição de cunho científico, de cunho prático, fundamental para que nós possamos ter uma noção de como se encontra o canal do Rio Ligeiro hoje em relação à eventualidade da existência de entulhos diversos que possam estar obstruindo e diminuindo ainda mais esse canal”, explicou o secretário. Ele ressaltou que o canal atual não é suficiente para escoar todo o volume de água proveniente das partes mais altas da bacia.
Apesar do entusiasmo com a expedição, o aspirante Branco, do Corpo de Bombeiros, alertou para os riscos do ambiente. “É um local de risco, a gente não pode menosprezar o risco da galeria, é um local que não é feito para permanência humana, tem resíduos de todos os tipos de natureza”, pontuou. O nível da água, que se apresentava 10 centímetros acima do registrado no dia anterior, aumenta o risco em áreas de corredeira.
A comitiva estava equipada com todos os Equipamentos de Proteção Individual necessários para garantir a segurança. Os bombeiros e a equipe da Sanepar utilizam proteção respiratória autônoma, máscaras e capuzes de resgate para os civis acompanhantes. Além disso, contam com equipamento de análise de atmosfera (multigás) e vestimentas impermeáveis, como botas e calças pantaneiras, para proteger da hipotermia e manter a equipe seca durante o percurso de aproximadamente uma hora e meia. Apesar das precauções, a possibilidade de interrupção da expedição devido ao nível da água foi considerada. “Pode ser que essa expedição tenha que ser interrompida já no início, mas vamos torcer que não haja necessidade”, disse o secretário Vicente.
Vicente Michaliszyn reforçou a importância do comportamento da comunidade para a preservação do Rio Ligeiro. “É fundamental o comportamento da comunidade. Quer dizer, ali no leito do rio, na parte que está a montante, não se joga lixo nesse leito do Rio Ligeiro”, enfatizou.
Ele também destacou a necessidade de agricultores retomarem práticas agronômicas e estruturais de contenção de erosão, alertando para o grave problema de assoreamento na bacia do rio.
A Prefeitura planeja iniciar um trabalho de educação ambiental, mas não descarta a necessidade de medidas mais rigorosas. “Certamente com as forças de segurança nós estaremos também incumbidos de conscientizar a população para que denuncie práticas inadequadas de lançamento inadvertido de objetos para dentro do rio”, afirmou Vicente.
Ele salientou que, embora o rio seja um corpo receptor de resíduos, estes devem ser controlados e tratados para que a água possa ser utilizada para abastecimento e consumo. A expectativa é que a expedição descubra resultados positivos para o planejamento de ações futuras visando a desobstrução e a melhoria do sistema de drenagem do Rio Ligeiro.
