
O sociólogo e professor da Unioeste de Francisco Beltrão, Eduardo Jacondino, avalia que a predominância do catolicismo no Sudoeste do Paraná é reflexo de fatores históricos e culturais que moldaram o perfil religioso da região. “Essa permanência tem a ver com a própria colonização portuguesa e, depois, com a ocupação do Paraná por descendentes de italianos vindos do Rio Grande do Sul, em especial a partir das décadas de 1960 e 1970”, explica. Para ele, o vínculo da igreja católica com a identidade italiana é determinante para a forte presença da religião na região.
Relação entre etnias e religiões
Jacondino também destaca que há uma relação histórica entre etnia e religião, perceptível em várias regiões do Brasil e também no Sudoeste do Paraná. “A igreja católica, por exemplo, tem relação direta com descendentes de italianos, enquanto a igreja luterana, protestante, tem origem alemã. Onde predomina uma dessas etnias, há maior concentração da religião correspondente”, pontua. Na avaliação do sociólogo, esse processo ajuda a entender por que o crescimento evangélico ainda é modesto na região, apesar do avanço em nível nacional.
Neopentecostalismo e adaptação ao contemporâneo
Sobre o aumento das igrejas evangélicas, especialmente as neopentecostais, o professor observa que essas denominações têm se destacado por uma maior capacidade de adaptação às exigências contemporâneas. “Os rituais e a linguagem dessas igrejas são mais atualizados, próximos do universo dos jovens e mais conectados com a lógica atual do capitalismo e da busca pelo sucesso”, analisa. Para Jacondino, a chamada teologia da prosperidade é um dos atrativos dessas igrejas, que oferecem não apenas amparo espiritual, mas também suporte psicológico e, em alguns casos, até material.