Algumas lavouras da safra de trigo estão na fase reprodutiva, fase crítica, que não suportam geadas. “Talvez aí chegue de 1% a 2% do total plantado. São lavouras que foram plantadas no fim de abril e que hoje já estariam na fase de prolongamento e frutificação. Nós sabemos que, pra ter uma noção exata do que foi atingido, nós levaríamos vários dias porque os sintomas da geada só vão aparecer em oito ou dez dias após a ocorrência do fenômeno. Então, aguardamos ainda pra trazer algumas informações referentes a futuras perdas ou até mesmo lavouras que foram atingidas. Não sabemos nem a intensidade que deu destas geadas”, informa Antoninho Fontanella, técnico do Departamento de Economia Rural do núcleo da Secretaria de Estado da Agricultura e Abasecimento (Seab) em Francisco Beltrão em entrevista para Rádio Onda Sul. A fala foi sobre as baixas temperaturas do começo de junho na região.
Área teve redução
A área de cultivo de trigo na região Sudoeste do Paraná reduziu na safra 2025. Conforme o Deral/Seab, núcleo de Francisco Beltrão, na safra passada foram plantados 136 mil hectares nesta cultura nos 27 municípios. Foi colhido em torno de 2.500 quilos por hectare. Para esta safra a previsão de plantio é de 105 mil hectares, uma redução de 40%. A produção esperada é de 322.400 toneladas.
Na região de Pato Branco, a previsão de plantio é de 70 mil hectares, uma redução de 21% em relação à safra passada. A previsão inicial de colheita é de 227.500 toneladas.
Geadas também são necessárias
Para Antoninho Fontanella, as gestadas são esperadas para esta época do ano – final de outono e início do inverno. “Nesse momento sabemos que ela é bastante benéfica não só para a cultura do trigo, mas também para o controle de pragas, por isso é muito importante o frio. Temos uma preocupação muito grande em relação à fruticultura porque, em função das altas temperaturas que vinham sendo registradas, nós tínhamos várias culturas frutíferas entrando na fase de floração e, com certeza, essas flores temporonas [fora de época] provavelmente devem abortar principalmente na cultura do pêssego. E algumas coisas já em laranja tínhamos observado pés de laranja com o aparecimento de floração. De uma forma geral, diria assim, que nós temos bastante banana plantada na região. Acredito que essa geada ainda não atingiu os bananais, mas que pode trazer, sim, algum prejuízo também para essa cultura. Vamos aguardar para tentar quantificar também essas atividades mais de pequenas propriedades, no caso de fruticultura, horticultura e outras coisas”, comenta o técnico.
