Algo que estranho quando não estou em Francisco Beltrão é o anonimato que outras cidades, especialmente as maiores, nos proporcionam. Se em nossas ruas encontramos conhecidos a cada passo e, muitas vezes, precisamos parar para conversar, a situação muda por completo quando estamos num grande centro. As pessoas passam se esbarrando, nem se olham, e não se cumprimentam.
Em Beltrão, toda vez que ando a pé, geralmente gasto mais tempo que o previsto para chegar a algum lugar, por conta dessas conversas inesperadas. Gosto disso, é muito bom encontrar conhecidos e engatar um papo sobre qualquer tema, sem muita preocupação com o horário.
O engraçado é que as pessoas, ao nos ver andando a pé, logo perguntam se houve algum problema com o carro, como se a opção pela caminhada fosse algo extraordinário.
O que observo também é que se em Francisco Beltrão não costumamos — pelo menos a maioria das pessoas — andar pela área central e queremos estacionar exatamente em frente ao nosso destino, quando estamos em grandes centros somos forçados a nos movimentar mais. O normal é deixar o carro em algum estacionamento particular — geralmente muito caro — ou andar de aplicativo, que é muito mais econômico.
Porém, quando estamos em nossa cidade raramente deixamos o carro na garagem em detrimento de outra forma de transporte.
Esses dias estava num carro de aplicativo e, ao conversar com o motorista, este me informou que em nossa cidade existem cerca de 500 motoristas que atuam nessa atividade, computando-se as diferentes empresas do setor. Fiquei surpreso, pois tamanha quantidade de carros de prestação de serviços comprova que o beltronense aderiu em definitivo a essa modalidade de transporte.
Conheço casos de pessoas que, ao mudar para cidades maiores, optaram por desfazer-se de seu veículo, em razão da pouca fluidez do trânsito e das dificuldades na busca de vagas para estacionar. Considerando-se todas as despesas agregadas à posse de um carro, não é má ideia livrar-se dele, até porque existe a opção da locação de um carro para viagens mais longas.
E, por aqui, nada que uma caminhada não resolva.
Uma derrota e tanto
A microrregião de Francisco Beltrão possui 378.734 habitantes, quase 70 mil a mais que na região de Pato Branco. Se for considerada a posição geográfica, Beltrão está mais bem localizado.
Ainda assim, Pato Branco foi escolhido para sediar o Comando Regional da Polícia Militar no Sudoeste. Falou mais alto a força política dos pato-branquenses.
Está na hora de Francisco Beltrão ter alguém influente no governo estadual.