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Francisco Beltrão
quinta-feira, 26 de junho de 2025

Edição 8.233

26/06/2025

Com SAF e grana, brasileiros vão bem no Mundial


Enquanto isso, clubes tradicionais do Sul, como Grêmio e Internacional, enfrentam dificuldades para contratar e montar bons times.


Que belo desempenho dos times brasileiros — Palmeiras, Flamengo, Botafogo e Fluminense — na Copa do Mundo de Clubes da Fifa. Eles estão jogando em pé de igualdade com os grandes clubes do mundo e não deixam nada a desejar em termos de competitividade e tática.

Os europeus alegam estar no fim da temporada, mais desgastados, enquanto os brasileiros vivem o auge de seu desempenho. Curioso é que essa sempre foi a realidade dos sul-americanos que disputam o Mundial em dezembro, e nunca houve reclamações nesse sentido.

A verdade é que os times de ponta do Brasil estão mais competitivos. Flamengo e Palmeiras, por exemplo, têm os maiores orçamentos do país porque encontraram modelos associativos rentáveis e, até onde se sabe, são bem administrados.

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O Botafogo virou SAF do bilionário norte-americano John Textor, que não tem poupado esforços — nem investimentos — para ver seu time campeão. Já o Fluminense, mesmo sem tantas receitas, parece estar recuperando o bom futebol que o consagrou campeão da Libertadores de 2023, quando venceu o Boca Juniors em um jogo histórico.

Além de proporcionar visibilidade e grandes premiações, a Copa do Mundo de Clubes da Fifa tende a forçar os sul-americanos a elevarem ainda mais o nível. Todos querem estar na edição de 2029, para a qual, inclusive, o Brasil já se candidatou como sede.

Enquanto isso, clubes tradicionais do Sul, como Grêmio e Internacional, enfrentam dificuldades para contratar e montar bons times. As SAFs inflacionaram o mercado e qualquer jogador mediano está supervalorizado. Diante do nível que Flamengo e Palmeiras atingiram, os demais times percebem que é preciso investir mais. Mas de onde virá o dinheiro?

Virar SAF é sinônimo de sucesso? Claro que não. Algumas deram certo, outras não. A pergunta que fica é: até quando os clubes conseguirão suportar esses altos valores que vêm sendo praticados?

Paga-se muito, os jogadores nem sempre correspondem, recebem salários elevados e, muitas vezes, deixam os clubes endividados. Além disso, há muitos gestores irresponsáveis que gastam mal, em jogadores já em fim de carreira, ou pagam muito por falsas promessas do futebol, aqueles jogadores com muita grife e pouco futebol.

Some ainda que sempre houve grande disparidade nos valores pagos pela TV aos times de São Paulo e Rio de Janeiro. Basta ver que nos últimos 28 Campeonatos Brasileiros, apenas em cinco oportunidades o título ficou fora do eixo Rio–São Paulo (Atlético-PR em 2001, Cruzeiro em 2003, 2013 e 2014, e Atlético-MG em 2021).

Grêmio e Internacional jamais conquistaram o Campeonato Brasileiro desde o início da era dos pontos corridos. No Rio Grande do Sul, cresce o número de comentaristas esportivos e torcedores que consideram inevitável a transformação dos dois maiores clubes do Estado em SAFs — apenas uma questão de tempo.

O Juventude, de Caxias do Sul, já teria recebido uma proposta e estaria avaliando a possibilidade. Quando um clube investe alto e conquista títulos, o retorno costuma justificar o gasto. Mas e quando o investimento é alto e os resultados não vêm?

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