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sexta-feira, 20 de junho de 2025

Edição 8.229

20/06/2025

Advogados abandonam plenário, e júri de Suzane Richthofen é adiado para 17 de julho

Advogados abandonam plenário, e júri de Suzane Richthofen é adiado para 17 de julho

Jornal de Beltrão
Após muita discussão e uma manobra de seus advogados, o julgamento de Suzane von Richthofen foi adiado para as 12h30 do dia 17 de julho, uma segunda-feira. Ela sentará no banco dos réus ao lado dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos. Suzane deixou o fórum criminal da Barra Funda pouco depois das 17h30 de ontem, no carro de seu tutor, Denivaldo Barni, mas não voltou para o apartamento dele, na zona Oeste de São Paulo. O novo endereço, determinado pelo presidente do 1° Tribunal do Júri de São Paulo, Alberto Anderson Filho, está sob segredo de justiça.
O adiamento do júri se deu após os advogados Mauro Otávio Nacif, Mário de Oliveira Filho, Eleonora Rangel Nacif e Denivaldo Barni Júnior deixarem o plenário, por volta das 15h30. O advogado dativo Tiago Marinho foi designado pelo juiz para fazer a defesa de Suzane, que segue em prisão domiciliar, caso os advogados nomeados por ela não compareçam à sessão em julho.
Os advogados abandonaram o julgamento após o juiz Alberto Anderson Filho ter se recusado a adiar completamente o júri, que, naquele momento, se realizaria separadamente, apenas com Suzane, devido à ausência dos advogados Geraldo Jabur e Gislaine Jabur, que defendem os irmãos Cravinhos.
??Foi realmente uma manobra. Suzane não está algemada, a presidência (do 1° Tribunal do Júri) está algemada, de mãos atadas?, disse o juiz, antes de encerrar a sessão e marcar o novo julgamento.
?Esses advogados não têm consciência sobre os gastos que esse julgamento representam tanto para o Estado como para a imprensa.?
Nacif havia solicitado o adiamento do julgamento de Suzane, alegando a ausência da testemunha Cláudia Sorge, amiga de Marísia von Richthofen, mãe de Suzane. O objetivo da defesa seria provar, com o depoimento de Cláudia, que está na Alemanha, que a relação entre mãe e filha era boa. O juiz negou o pedido, e houve o abandono do plenário.

Imprescindibilidade da testemunha
Após o abandono do plenário, o advogado Mário Sérgio de Oliveira disse que o testemunho de Cláudia havia sido apontado como imprescindível, que ela havia sido intimada e que constava dos autos a informação de que ela estaria viajando na data de ontem. ?Quando eu dei essa última informação, o juiz deveria ter se manifestado nos autos, indeferindo meu pedido sobre e imprescindibilidade do depoimento dela (Cláudia), dizendo para que eu arrolasse outra testemunha, ou marcando o julgamento para outra data?, disse Oliveira à reportagem do site Última Instância.
O artigo 455 do Código de Processo Penal prevê que a ausência de uma testemunha não é fator para o adiamento do júri, a menos que ele tenha sido arrolada em caráter imprescindível. Porém o parágrafo 1° do mesmo artigo prevê que: ?se, intimada, a testemunha não comparecer, o juiz suspenderá os trabalhos e mandará trazê-la pelo oficial de justiça ou adiará o julgamento para o primeiro dia útil desimpedido, ordenando a sua condução ou requisitando à autoridade policial a sua apresentação?.
Reação da promotoria
A promotoria solicitou ao juiz que notifique a OAB sobre o abandono por parte da defesa, que determine um advogado público para Suzane e que fosse determinada a prisão de Suzane em Rio Claro, pedido que foi recusado.
Segundo o promotor Roberto Tardelli, principal responsável pela acusação contra Suzane e os irmãos Cravinhos, o abandono do plenário significaria a renúncia ao caso e vai levar uma representação à OAB contra os advogados. Mário Sérgio de Oliveira nega e diz que todos continuam no caso.
??O abandono foi um gesto deplorável que anulou qualquer tipo de convivência pacífica, porque eles (os advogados de Suzane) vieram prontos para qualquer coisa. O dia de hoje (ontem) pode ser chamado de dia nacional do deboche, porque foi menos que um circo, onde existem profissionais?, disse Tardelli.
Suzane e os Cravinhos
Após terem sido dispensados pelo juiz Alberto Anderson, Cristian e Daniel Cravinhos deixaram o fórum da Barra Funda, em direção ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros. Os três chegaram a ficar lado a lado no banco dos réus. Suzane, à direita, com a cabeça baixa, evitava cruzar o olhar com o ex-namorado, Daniel, sentado no meio do banco, entre ela e o irmão Cristian. Em seguida, os Cravinhos foram chamados pelo juiz e dispensados. Quando eles saíram, Suzane levantou a cabeça, arrumou os cabelos e olhou para trás.

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