Feridas na pele: cuidado com a herpes
A imunidade baixou por qualquer motivo, uma infecção, uma gripe, após uma cirurgia, ou até mesmo no período menstrual, e aquela ferida já aparece. Não se assuste, pode ser herpes.
A herpes simples é causada por dois tipos de vírus, o HSV-1 e o HSV-2, e é uma doença benigna, porém muito contagiosa. Se manifesta no corpo em forma de lesões na pele e, embora possa surgir em qualquer parte do epitélio, geralmente ataca as mucosas mais sensíveis, que se situam na boca ou nos órgãos genitais.
Segundo a dermatologista Camila Dezanetti, a ferida começa com uma pequena vermelhidão e sensibilidade com leve ardência, ou coceira da pele, e em dois dias sobre a placa avermelhada, surgem microvesículas, ou pequenas bolhas d?água, e é nesta fase que a herpes é contagiosa.
?Depois deste período as vesículas murcham e formam uma casca que após cair dará lugar à pele normal. Nunca se deve arrancar a casca, uma lesão pode demorar até duas semanas para descascar completamente?, diz a médica.
Um paciente com o vírus de herpes pode passar meses, ou até mesmo anos, sem apresentar uma lesão, assim como há casos de pacientes com lesões recorrentes ou de pacientes que adquirem imunidade naturalmente e nunca mais desenvolvem feridas. ?O vírus da herpes pode ficar muito tempo latente. A herpes causa lesões oportunistas, que ocorrem quando o sistema imunológico está deficiente, em qualquer período a alteração de imunidade pode manifestar uma lesão, por exemplo, tomar muito sol, alguma infecção em outro local, uma cirurgia, uma gripe, um tratamento de saúde mais agressivo e até mesmo o período menstrual são desencadeantes?, enfatiza a dermatologista.
Contágio
Durante os três dias em que a ferida está com bolhas, período em que o vírus é transmissível, é importante evitar o contato de outras pessoas com o local lesionado para minimizar o contágio. A dermatologista salienta que quando a ferida está localizada nos genitais é imprescindível usar preservativo para a relação sexual. O vírus da herpes afeta gravemente os recém-nascidos, por este motivo quando a herpes genital está ativa em uma paciente grávida, prestes a entrar em trabalho de parto, geralmente os obstetras optam por realizar cesariana.
Sobre o costume de separar os objetos de uso da pessoa com herpes a médica comenta: ?Geralmente o contágio ocorre pelo contato, de pessoa para pessoa. A transmissão por contato de objetos pode acontecer, mas ela não é muito comum. Não é necessário separar os objetos de uso de alguém com herpes, embora haja a sugestão de que se evite utilizar os mesmos talheres ou copos sem realizar uma higienização prévia?.
O tratamento para herpes é simples. Durante o período em que a ulceração é visível se utiliza no local medicamento tópico, a pomada, para aliviar os sintomas como a coceira e a vermelhidão, que auxiliam também no ressecamento da ferida, agilizando a recuperação do local. Neste período os médicos receitam um medicamento via oral que tem como objetivo evitar que novas feridas apareçam em um curto espaço de tempo. ?Por mais que se trate o vírus da herpes não é eliminado do organismo, se a pessoa teve contato com o vírus ela o terá durante a vida inteira, com ou sem o surgimento de lesões?, completa.
Mesmo nome, outro vírus
A Herpes Zoster, segundo a dermatologista, nada tem a ver com a herpes comum. Ela é uma doença que ocorre pela reativação do vírus da varicela que estava em período de latência, portanto ataca somente pessoas que já tiveram varicela.
Apesar de também ocorrer quando o sistema imunológico está fraco, assim como a herpes simples, a principal diferença entre os dois vírus está no fato da Herpes Zoster poder atacar qualquer tecido do corpo, sendo de maior ocorrência na região lombo-sacra, ou seja, da cintura para baixo, no pescoço e também atingindo o nervo trigêmeo, podendo causar paralisia facial temporária.