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Francisco Beltrão
segunda-feira, 23 de junho de 2025

Edição 8.230

21/06/2025

CAPs desmistifica a saúde mental: loucura é ter preconceito

CAPs desmistifica a saúde mental: loucura é ter preconceito

Maria de Fátima Oliveira e Michelen Cantelmo Ramos.

De repente a pessoa, sem motivo aparente, perde a vontade de fazer coisas simples do dia a dia. Tranca-se num quarto escuro e não quer ver ninguém, nem falar, nem ouvir ? torna-se totalmente apática ao que se passa no mundo real. A partir daí, passa a viver num mundo paralelo, com amigos imaginários, vozes, escuridão. Quando uma pessoa saudável, com família, amigos e emprego, se vê diante de situações como essa, pode estar com a alma doente: são pessoas com transtornos mentais. É como um espelho que cai no chão e quebra; depois de colado, nunca mais será o mesmo.
Há alguns anos, problemas relacionados à saúde mental eram vistos com medo e, até certo ponto, ignorância da população. Pessoas com sintomas típicos de depressão profunda, por exemplo, tinham na testa o rótulo de preguiçosos e poucos acreditavam realmente que esta tristeza imensa era de fato uma doença.
Hoje, infelizmente, o preconceito ainda existe, mas, através da informação e do trabalho desenvolvido pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPs), aos poucos, a saúde mental está ganhando espaço nas discussões e sendo encarada como uma doença como todas as outras.
De acordo com o médico psiquiatra Cícero José Bezzera Lima, o CAPs de Francisco Beltrão é atípico, diferente de todos os outros. Isso porque a instituição tem uma particularidade: é um centro regional, não apenas beltronense. Ou seja, é um CAPs para 27 municípios pertencentes à 8ª Regional de Saúde. ?Se fôssemos trabalhar com todos os pacientes que batem a nossa porta, seria impossível atender com qualidade. Temos uma demanda reprimida muito grande. Por isso se criaram medidas para o atendimento: uma triagem que começa no CRE, através de avaliações dos profissionais psiquiatras e psicólogos que ali atendem.?
Paciente que necessita apenas de atendimento ambulatorial fica no Centro Regional de Especialidades (CRE). Caso os profissionais percebam que há necessidade de um acompanhamento intensivo, o paciente é encaminhado ao CAPs. ?Essa parceria com o CRE é importante para que os pacientes sejam atendidos de acordo com sua real necessidade?, comenta Maria de Fátima Oliveira, psicóloga.

Vivendo num mundo paralelo, profissional e paciente
Transtornos de humor, bipolaridade, depressão, ciclotimia e esquizofrenia. São estas as doenças mentais atendidas pelo CAPs em Beltrão ? casos de dependentes químicos (álcool e drogas) não são atendidos porque esta modalidade de CAPs, segundo portaria do ministério da Saúde, não contempla esta clientela bem como os menores de idade.
A equipe tem que ter uma empatia com o paciente, e vice-versa, para o fortalecimento do vínculo e estabelecimento da confiança. Isto é fundamental para o sucesso do tratamento.
Quando se forma uma equipe para trabalhar com esta clientela, os profissionais, além de terem capacitação, precisam de perfil. ?A saída de alguém da equipe é um luto para os pacientes, é uma perda muito grande?, diz dr. Cícero.
Segundo a psicóloga Maria de Fátima, a chegada de um novo profissional é vista pelos pacientes como um começar de novo. Ele terá que contar sua história de vida novamente, lembrar do passado, tem medo de mudanças na medicação, etc. ?A criação do vínculo é difícil.? Fátima também alerta: quem entra na equipe multiprofissional tem que estar muito bem preparado e com autoestima boa.

Psiquiatria: o tratamento da alma
Lidar com o tratamento de doenças que não se pode ver, que não são palpáveis. É neste universo que trabalham os profissionais de saúde mental. Para dr. Cícero, a definição é bem simples: ?Quando você trabalha com outras áreas, seja qual for, vai lidar com órgãos. A gente lida com a alma da pessoa, o que tem de mais íntimo?.
Fátima complementa: ?Tratamos doenças que não são do corpo?. E, ainda, um dos principais obstáculos é o preconceito e a falta de credibilidade. Quem diz que está com depressão, muitas vezes, chega ao CAPs se justificando e logo dizendo: ?Não sou preguiçoso?. Para dr. Cícero, isto é o reflexo claro da discriminação. ?Grande parte da população associa a doença psiquiátrica a não querer trabalhar, a querer ficar dependente do INSS, associam à malandragem. Esse preconceito existe, e não se dá somente através da sociedade, inclusive os profissionais da área de saúde não sabem como lidar com essas pessoas, com os doentes mentais?, ressalta. Em crise, o paciente psiquiátrico fere o ego do médico, ele não respeita.
Mas como perceber um surto? Segundo o psiquiatra, o paciente se torna arrogante, fala mal, fica irritado; ?Ele é tudo, você não é nada?. Para Cícero, este é um problema do profissional. E é aí que entra o preconceito e a exclusão. Conforme o médico, se muitos profissionais não conseguem lidar com isso, imagine o público leigo e a família, que ?morre? de vergonha. Assim, o tratamento é cada vez mais adiado e escondido. De acordo com dr. Cícero, uma pesquisa americana revelou que antes de uma pessoa procurar um psiquiatra, já passou  por pelo menos 12 profissionais de outras áreas. Isso acontece porque ninguém quer aceitar ir a um psicólogo ou psiquiatra, ?com medo de ser rotulado de louco?.
Após a avaliação do paciente, é elaborado um plano de tratamento individual que inclui consulta psiquiátrica, terapia medicamentosa, grupo de família, psicoterapia individual e em grupo, terapia ocupacional, assistência social e de enfermagem.
No entanto, apesar da melhora, não se pode criar a fantasia de que eram muito felizes antes do problema aparecer. Não existe plenitude, mas eles querem voltar a ser como achavam que eram e isso não é possível.

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A luta pelo fim dos manicômios
Nem sempre a história foi assim, e tampouco as pessoas com transtornos mentais eram vistas como doentes pela sociedade e pela própria família. Por isso, ficaram conhecidos na história os manicômios; leia-se no dicionário hospício, hospital de loucos. Na opinião do psiquiatra, é preciso saber em qual período da história estão inseridos os hospícios, e ressalta: ?Quem criou os manicômios não foram os profissionais, e sim a própria sociedade. A luta antimanicomial é um movimento social. Antes os doentes psiquiátricos eram degradados, expulsos de casa, ou ficavam presos junto com os condenados. Na realidade, um manicômio como entendemos não deve mais existir, pois é um depósito de seres humanos?. Dr. Cícero conta que os próprios familiares levavam os doentes até os hospitais e simplesmente os largavam lá, com nome e endereço incorretos.
No entanto, é errado afirmar que um paciente psiquiátrico não precisa de internação. Nos dias de hoje, não se pode mais confundir manicômio com internação psiquiátrica. ?Manicômio é depósito, a sociedade não queria essas pessoas andando na rua. Internação é tratamento digno?, observa. A luta dos profissionais é para que sejam disponibilizados locais adequados para o internamento no momento da crise, em que há risco para si e para outros, onde o paciente permaneça em tratamento, recebendo uma alta melhorada.
 Para o psiquiatra, ainda há muito que avançar para que o paciente tenha atendimento correto. Por isso, no dia 18 de maio é festejado em todo o país o Dia da Luta Antimanicomial. No CAPs de Beltrão, a festa aconteceu na segunda-feira, 17.

Dr. Cícero José Bezerra  Lima, psiquiatra.

A cura: hora de andar pelo mundo com as próprias pernas
Alguns vão conseguir a cura, outros não. Culturalmente, explica dr. Cícero, a cura está relacionada à ausência de doença. Quem usa óculos está curado? Não, precisa usar óculos para o resto da vida. O que é cura? É voltar a viver em sociedade? É desempenhar alguma atividade? Sim, responde o psiquiatra, mas muitos deles terão que tomar medicamento para o resto da vida. Mas se quem usa o remédio é como quem usa os óculos, sim, então o paciente vai estar curado.
Dra. Fátima diz que existe o controle da doença, o tratamento que dará à pessoa uma vida relativamente normal. Ela vai continuar a fazer uso da medicação, das psicoterapias, e sempre, mesmo após a alta, terá acesso ao CAPs. A questão maior é em torno do preconceito, mas um preconceito às avessas, revela Cícero. ?Funciona assim: eu sei que você está tomando remédio para depressão, mas você não precisa disso. Você é capaz, se você tiver força de vontade, pode largar esse medicamento. Justamente isso, na realidade, é um preconceito. Não estou mandando você embora, não estou excluindo, mas estou dizendo que você não precisa de tratamento. Essa é a forma mais velada de preconceito que encontramos em todos os lugares.?
Bem-humorado, o psiquiatra brinca com a situação e dá nomes aos maiores inimigos do CAPs: as comadres. ?Elas que incentivam as outras a parar de tomar o remédio. E ainda pedem pro paciente se ajudar. Isso é um crime. Se ele pudesse se ajudar, não estaria aqui com a gente.? Segundo os médicos, geralmente quando o paciente é pressionado, se sente culpado e, nesta situação limite, decide pelo suicídio. O fim da linha para os doentes psiquiátricos.
Os medicamentos para controlar os transtornos mentais são bons e possibilitam que os pacientes tenham uma vida saudável, e controlam inclusive a evolução da esquizofrenia. A maior dificuldade é a estrutura familiar do paciente. ?Tem quem denigra, mande parar de tomar o remédio. Mas se fosse o contrário, incentivando o doente, tudo seria diferente. O suicídio é o final dramático, mas antes de chegar nele, tem outras coisas piores, o preconceito, por exemplo.?
Para dar conta disso, a psicóloga Maria de Fátima coordena grupos de família com o objetivo de orientar e informar a respeito da compreensão da doença mental, seus efeitos, seus sintomas e consequências para um melhor entendimento, aceitação e acolhida do familiar, diminuindo, com isso, situações de desgaste e estresse da família, comunidade e usuários, visando conseguir amenizar e atenuar consequências negativas neste entendimento sobre a doença, sobre a saúde, a dinâmica familiar e comunitária, e a reinserção bem aceita deste junto à família e o meio social, ressaltando também suas potencialidades.
São realizadas, ainda, pela enfermeira Tânia Antunes, reuniões de sala de espera, onde os pacientes e familiares que se encontram no CAPs no dia são orientados sobre as atividades realizadas no centro e a importância da participação, da conscientização dos deveres dos pacientes e familiares para um bom andamento do tratamento.

Por que eu fiquei assim? Onde foi que eu errei?
Nem todas as doenças psiquiátricas têm uma origem diagnosticada. Muitas surgem do nada, do vento, como os próprios pacientes relatam. Há quem chegue ao consultório e não entenda os motivos de tanta tristeza. Afinal, ele tinha tudo: família, emprego, filhos, uma vida tranquila e feliz. De repente, se vê depressivo. Por que estou assim? – se perguntam. Dr. Cícero diz que em muitos casos não é necessário alguma questão para desencadear a depressão, mas em outros há um fator desencadeante. ?Sempre achamos que quem está depressivo enfrentou dramas na vida, não necessariamente. Há, sim, casos de pessoas que se tornam doentes depois de perder alguém da família, é como se o luto não passasse nunca mais.?
Independente de saber ou não o motivo da doença mental, o tratamento não muda. Ambos os casos precisam de atenção.

Oficinas terapêuticas: a retomada da autoestima
Desde a criação do CAPs, em 2001, o local oferece oficinas terapêuticas com a coordenação da terapeuta ocupacional Michelen Cantelmo Ramos.
O usuário é encaminhado pelos profissionais do próprio CAPs e lá realizam diversas atividades como artesanato, pintura, costura, desenhos, atividades de autocuidado, jogos, comemorações e exercícios, dentre muitas outras.
Cada atividade é usada como recurso terapêutico no tratamento desta clientela e tem como objetivo ressocializar, elevar a autoestima,  desenvolver habilidades, melhorar a memória, dar oportunidade de expressar os sentimentos, gerar renda, etc.
No início, existe um pouco de resistência, porque muitos pacientes que vêm de outras cidades enfrentam viagens desgastantes. Com o tempo e a troca de informações entre os próprios usuários, eles se sentem mais à vontade e se entregam ao tratamento. ?Como tratamos uma doença que não é palpável, muitas vezes eles se expressam melhor nas atividades?, explica Michelen.

Associação dos usuários e familiares do Caps (AUSFAC)
Os trabalhos produzidos nas oficinas, além de servir de terapia, geram renda. Para expor estes produtos surgiu a ideia de montar uma associação. Tudo que é feito na oficina é exposto na associação e colocado à venda. Os próprios usuários e funcionários do CAPs fazem parte da diretoria. São realizadas confraternizações e encontros para usuários, funcionários e familiares.
Fátima lembra da felicidade dos pacientes, em um dos eventos realizados, ao vê-la chegar à festa. ?Foi num sábado lindo, início de inverno. Um paciente me avistou chegando e disse entusiasmado: ?Doutora, doutora, que bom que você chegou. Olha, olha, quem diz que é tudo louco?! (risos)?. Uma frase que resume tudo?.
Existe a luta dos associados para a construção de uma associação, um centro de convivência. Falta o terreno. A ideia é que este local abrigue os pacientes e seus familiares para momentos de lazer. Continua na página 5

Tristeza é diferente de depressão: saiba diferenciar
Segundo a dra. Maria de Fátima Oliveira, um dos trabalhos do CAPs com os pacientes que já passaram por quadros de depressão aguda é entender que os momentos tristes são comuns na vida, podem (e vão) acontecer. ?Se num dia que eu programo um passeio amanhece chovendo, fico triste porque não deu certo. Todos têm que reaprender a fazer a leitura disso, porque nem toda tristeza se torna depressão.?
Quando uma pessoa deixa de gostar de tudo que fazia, não tem vontade de sair da cama pela manhã, sente desânimo, cansaço, é como se a vida perdesse o brilho, a cor ? o mundo passa a ser preto e branco, são sintomas de depressão. ?Ou dorme demais ou tem insônia. Quando se dorme demais, a pessoa não vê a realidade, é como um estado de morte. Tem dores em várias partes do corpo.? Para a psicóloga, não se pode banalizar a palavra depressão. ?Outra doença importante é a bipolaridade; num dia a pessoa está eufórica, feliz, mas quando cai, imagine a pior das depressões com sintomas psicóticos.?
Muitos pacientes, durante as consultas, enxergam espíritos e animais que saem de trás dos móveis; para eles, tudo é real. O papel do profissional é tentar convencer a pessoa que isso não passa de uma criação de seu cérebro. ?O Hospital Regional está montando uma equipe responsável pela saúde mental; a ala já existe, está lá. É um avanço, o hospital está estruturado para iniciar o trabalho.?
Para Fátima, não tem preço que pague a recuperação de um paciente. A proposta do CAPs vem como um substitutivo do antigo tratamento, e não para ser um complemento. ?Nós resgatamos a cidadania, os laços familiares e sua inserção na sociedade. Voltam para seus empregos, são respeitados em seus direitos. Ninguém tem um ?piti?, como diziam. É uma doença e precisa ser tratada.?

Depoimentos: como eles chegaram até o CAPs
?Entrei no CAPs em 2005, mas já estou em tratamento há dez anos. Cada vez piorei mais, foi aqui que me encontrei. Desde aquela época, todos os profissionais do centro me ajudaram, me atenderam bem. Primeiro vem Deus, depois o pessoal do CAPs, que foi um ?pai? pra mim. Hoje, estou começando a recuperar minha vida, aos poucos. Aqui, cuidam de mim, lá fora, me maltratam. Como vou viver sem um benefício, um recurso? Sempre aguentei calado. Sentia dor no coração, dor no peito, agonia, tinha vontade de sumir do mundo vendo meus filhos passando fome e eu sem poder trabalhar, sustentar a casa.
Hoje, mais nada posso fazer, a não ser estes artesanatos do CAPs. Tenho dores de cabeça terríveis, se eu não me agarrar, caio. Tenho muito apoio da família, são muito bons comigo. Criei meus filhos sem surrar, só no carinho. Meu problema é a doença. Depois de um acidente numa construção, fiquei assim. Senti uma melhora 100% aqui no CAPs, aqui é o céu na terra. Eu saio daqui de dentro da minha casa e lá fora estou no inferno. Muito sofrimento.?
Alvorino Silveira da Rosa, 48 anos, mora em Eneas Marques. Começou a sentir fortes dores de cabeça quando caiu de uma construção, durante o trabalho.

 ?No início, me deu uma ferida no pé. Fui consultar no CRE e me perguntaram: ?Dona Zilda, é só este probleminha no pé que a senhora tem?? Eu disse ?não, o problemão é outro?. Foi então que eu me abri. Fui logo encaminhada para o CAPs e tive minha primeira consulta. Eu não queria mais viver, não valia mais a pena. Só chorava, tirava leite chorando, fazia tudo chorando. Fiquei cinco anos assim, muitos diziam que era uma barda que eu tinha, senti muito preconceito. Um dia eu saí para um matinê e fiquei sabendo que uma mulher disse que para trabalhar eu estava doente, mas pro matinê não estava. Ela pode falar, mas que peça a Deus que nunca tenha um problema como eu tenho, porque não sobra tempo pra julgar os outros. Depois do CAPs, minha vida mudou. Tenho muito que agradecer a toda a equipe (não posso deixar ninguém fora). Me apresentaram a oficina, achei que não ia conseguir fazer nada e hoje já estou ensinando os outros ? dona Zilda leciona para os alunos do ensino integral na escola do bairro São Miguel. Estou quase me formando na ?faculdade? de artesanato do CAPs. O resultado: minha vontade de viver voltou. Nasci outra vez.?
Zilda Carme Demarco, 64 anos, reside em Francisco Beltrão há um ano. Antes, morava na Linha Formiga, interior do município.

?Mataram meu filho quando ele tinha 28 anos; fiquei depressiva. Só sentia tristeza, fiquei muito triste. E sozinha não consegui dar a volta. Só dormia, não saía, não comia, só com a casa fechada, levei o guarda-roupa lá fora e rasguei todas as roupas com um machado. Cansei de dormir 24 horas. Não sabia o que estava fazendo. Comecei o tratamento no Caps e me sinto mais aliviada, hoje estou mais feliz, apesar da ferida de perder um filho ficar sempre aberta. Nas oficinas, pinto, escrevo, faço bonecas. Melhorei bastante, gosto de vir aqui, sou bem tratada. Tudo gente boa. Vendo as coisas alegres e bonitas, a gente também fica alegre. Tem quem sofra mais que nós, com mais problemas.?
Leci Ribeiro, 56 anos, mora no bairro Novo Mundo, em Francisco Beltrão. Ela perdeu o filho há nove anos e entrou em depressão profunda.

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