Indústria de beneficiamento produz mel de abelhas com e sem ferrão.

Por Flávio Pedron – O produtor rural Alaor Cristiani está concretizando o projeto de implantação de uma unidade de beneficiamento de mel em sua propriedade rural, na comunidade de Rio Quibebe, em Marmeleiro. A família construiu com recursos próprios a unidade de beneficiamento e teve a assistência do Serviço de Inspeção Municipal (SIM). A empresa Mel Mani chegará ao mercado consumidor oferecendo mel de abelhas com ferrão e sem ferrão.
Nesta semana, seu Alaor e a filha Marianne estiveram na Prefeitura de Marmeleiro para receber a certificação do SIM e Susaf, entregue pelo prefeito Paulo Pilati e pelo diretor do Departamento de Agricultura, Sidiclei Risso. Agora, o produto poderá ser vendido em panificadoras, mercearias e supermercados do Paraná.
Do peru para o mel
Alaor sempre esteve ligado à atividade rural e há alguns anos atrás se dedicava à criação de perus. Mas a empresa integradora parou de alojar e abater perus e seu Alaor ficou sem nenhuma atividade econômica.
Aí, surgiu a oportunidade de começar a criar abelhas em grande escala para a produção e venda de mel. “Então, como eu já tinha umas colmeias de abelhas, pensei em multiplicar elas, daí, agora, estamos industrializando o mel.”
Para implantar a agroindústria, a família construiu, com recursos próprios, a unidade de beneficiamento de aproximadamente 130 metros² e também foram comprados os equipamentos: mesas, centrífuga, baldes e descristalizador, entre outros. O nome Mani é uma homenagem à filha Marianni, que também está integrada ao projeto – ela cuida do marketing e também faz vendas. Alaor explica que quando Marianne era pequena, ela não conseguia pronunciar seu nome e dizia apenas Mani.
Assistência do SIM
Marianni Cristiani, que é formada em Arquitetura, e o médico veterinário Jeferson Moura, do SIM, acompanharam todos os processos de implantação. Foram quase dois anos de tramitação dos processos nos órgãos públicos até a certificação pelo SIM.
Antes da conclusão da unidade, Alaor já vendia o mel nas casas de clientes e para amigos e também entregava para uma indústria. “Agora vamos ampliar a produção de mel e vamos começar a vender mel no mercado e vai agregar valor. Hoje eu tenho a Abelha Apes, que é o mel normal, e abelhas sem ferrão. Das abelhas sem ferrão eu tô produzindo de cinco espécies: Jataí, Mandaguari, Canudo, Vorá e mandassaia, todos com sabor diferente de cada mel.”
Capacitação para a atividade
Para produzir mel com qualidade, seu Alaor fez quatro cursos e participou de outros de forma on-line. O produto será vendido em frascos de plásticos de diversos tamanhos. “Esses mel vão ser fracionados, porque o preço deles é mais alto, e vai estar lá: mel de Jataí, mel de abelha Vorá, mel de abelha Mandaguari, que é um mel diferente, com sabor diferente, bem mais medicinal que o mel de Apis.”
Tão logo seja autorizado o convênio de adesão ao Susaf, da Adapar e Seab, a agroindústria poderá vender seus produtos em todo o Paraná.
As caixas com abelhas estão espalhadas em propriedades rurais de Marmeleiro, Francisco Beltrão e Itapejara D’Oeste.
Seu Alaor tem 320 caixas de abelhas Apis e 250 caixas de espécies de abelhas sem ferrão. O sítio da família Cristiani, no Rio Quibebe, se dedica apenas à produção de mel. A produção de mel de abelhas Apis dá em torno de dez toneladas/ano e de abelhas sem ferrão 500 quilos/ano.
Prestação de serviços
Além da produção própria, seu Alaor quer prestar serviços pra outros apicultores que também queiram industrializar mel e colocar no mercado. Para isso, começou as conversas com o diretor do Departamento Municipal de Agricultura, Sidiclei Risso, para expor a proposta a outros produtores do município.
Tem que agregar valor
Sidiclei Risso, diretor do Departamento de Agricultura, enalteceu a iniciativa da família Cristiani investir na transformação da matéria-prima para agregar valor. “Acho que é o caminho que todas as cadeias de produção devem tomar: Agregar valor, porque hoje as margens de lucro, independente da cadeia agrícola ou pecuária, estão muito apertadas ou muito ajustadas. O custo de produção subiu muito nos últimos dois anos, especialmente neste último ano. A escassez hídrica afetou muito, especialmente para a produção de gado e as cadeias agrícolas produziram muito pouco, então o caminho pra aumentar essa rentabilidade dentro da propriedade rural é agregar valor.”
Sidiclei lembrou que o projeto é uma parceria da família do empreendedor Alaor Cristiani, do SIM, Departamento Municipal de Agricultura com o apoio e as condições ofertadas pela administração municipal.