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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Adapar alerta sobre grave doença da citricultura

            O Greening, também conhecido como Huanglongbing e HLB, é atualmente a doença mais importante dos citros no mundo e é causada pelas bactérias Candidatus liberibacter americanus e Candidatus liberibacter asiaticus. Ataca todos os tipos de citros e não há cura para as plantas doentes. As árvores novas afetadas não chegam a produzir e as adultas em produção sofrem uma grande queda prematura de frutos e definham ao longo do tempo. A bactéria Candidatus liberibacter asiaticus é atualmente a principal causadora da doença no Brasil, presente em mais de 99% das plantas doentes.

            Devido a sua importância econômica, as ações de vigilância, prevenção e controle dessa praga são regulamentadas por legislações específicas, tanto a nível Federal como Estadual, com objetivo de prevenir a disseminação da doença nas propriedades, quanto para controlar o comércio e o trânsito de mudas cítricas.

            No Estado do Paraná, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná – Adapar é o órgão governamental responsável pelo controle e erradicação de pragas vegetais de interesse econômico, e no caso específico do Greening (HLB), realiza fiscalizações em pomares de citros para o monitoramento da doença (com inspeções de plantas e armadilhas e coletas de amostras). Também fiscaliza o trânsito, viveiros, e comerciantes de mudas.

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            Tanto o Viveiro como o Comerciante de mudas cítricas devem ser registrados no MAPA-Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Renasem) e também na Adapar e a área de produção e de armazenamento das mudas devem ser protegidos por tela antiafídica. As mudas devem estar devidamente identificadas e serem comercializadas através de Nota Fiscal e Termo de Conformidade. Na dúvida, se o comerciante é registrado, o produtor pode consultar o Site da Adapar ou contatar os Fiscais de Defesa Agropecuária da Adapar, mais próxima.

Histórico
            Encontrado pela primeira vez na Ásia há mais de 100 anos, o Greening (HLB) foi identificado no Brasil em 2004, nas regiões Centro e Leste do Estado de São Paulo. Hoje, está presente em todas as regiões citrícolas paulistas e pomares de Minas Gerais e Paraná, além de Argentina e Paraguai, na América do Sul, em quase todos os países da América Central e Caribe, e México e Estados Unidos, na América do Norte.

            No Paraná, a Adapar já constatou a presença do Greening (HLB) em 148 municípios, sendo que no Sudoeste já foi encontrada em 6 municípios (Francisco Beltrão, Renascença, Salgado Filho, Ampére, Santa Izabel do Ivaí e Planalto. Neste ano, após a confirmação da presença da doença por Laudo Laboratorial Oficial da Adapar, os Fiscais de Defesa Agropecuária da URS de Francisco Beltrão notificaram os proprietários de duas propriedades com pomares de Laranja e Tangerina nos municípios de Salgado Filho e Renascença, para eliminarem as plantas com sintomas da doença e para controlarem o inseto vetor (Psilídeo).

Transmissão da Doença

            As bactérias do greening são transmitidas pelo psilídeo Diaphorina citri, inseto de coloração branca acinzentada e manchas escuras nas asas, com comprimento de 2 a 3 mm, e muito frequente nos pomares nas épocas de brotação das plantas. O controle do greening exige o plantio de mudas sadias, a eliminação das plantas doentes e o controle do psilídeo.

            Os pomares com alta incidência da doença e sem o adequado controle do inseto vetor representam uma séria ameaça aos pomares vizinhos, porque as plantas doentes servem como fonte da bactéria, que será adquirida pelos psilídeos ao se alimentarem ou se reproduzirem nelas. Ao se alimentarem em plantas sadias, os insetos disseminam a bactéria e a doença pelo próprio pomar e para outras propriedades da região.

            Ressalta-se que a eliminação das plantas sintomáticas é obrigatória para os pomares de citros até o oitavo ano após o plantio, e facultativa para os demais, desde que realizado controle eficiente do vetor, conforme orientação da pesquisa.

 

Sintomas

Os sintomas do greening podem ser vistos durante o ano todo, com maior frequência entre o final do verão e o início da primavera. Primeiramente, observa-se a presença de um ou mais ramos com folhas amareladas, quando jovens, e mosqueadas, quando maduradas. O mosqueado se caracteriza por manchas irregulares no limbo foliar, que alternam gradativamente entre o verde e o amarelo, sem simetria entre as duas metades da folha. As folhas afetadas tendem a cair e em seu lugar surgem novas brotações pequenas com folhas na posição vertical, como “orelhas de coelho”. Em alguns casos, a nervura da folha fica grossa e mais clara (amarelada), podendo também ficar áspera (corticosa).

Os frutos de ramos com sintomas do greening não amadurecem normalmente, adquirem uma coloração verde clara manchada e caem precocemente. Geralmente, ficam deformados, pequenos e assimétricos em relação à columela central. Na região de inserção do pedúnculo, observa-se uma coloração alaranjada. Ao cortar o fruto, é possível verificar internamente filetes alaranjados na columela a partir da região do pedúnculo, sementes abortadas (necrosadas) e o albedo (parte branca da casca) com espessura maior que a de um fruto sadio. O suco das frutas doentes tem sabor mais ácido, menos doce e mais amargo.

Em plantas novas, a árvore fica toda comprometida em um ou dois anos. Plantas mais velhas podem levar de três a cinco anos para serem tomadas pelos sintomas.

Em caso de suspeita, ou maiores informações, entre em contato com os escritórios da Adapar.

Consulte o mais próximo em www.adapar.pr.gov.br/Pagina/Unidades-Regionais-de-Sanidade-Agropecuaria-URS

Fonte: Equipe Adapar_URS/Francisco Beltrão e Fundecitrus (Fotos)

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