Projeto da Coopafi Central começou em quatro propriedades da Fronteira.
.jpg)
O projeto de produção de ovos coloniais da Cooperativa Central de Produção e Comercialização de Agricultura Familiar (Coopafi Central) começou em quatro propriedades cooperadas da Coopafi, de Santo Antônio do Sudoeste. Outros dois cooperados devem começar a produção de ovos. A proposta é ter dez pequenos produtores na região produzindo ovos para a Coopafi Central, que está montando uma unidade de beneficiamento em Francisco Beltrão.
Nestas quatro primeiras propriedades foram alojadas cerca de 270 galinhas (matrizes) em cada uma. A previsão inicial era de alojar 400 galinhas em cada galpão, mas optou-se por alojar uma quantidade menor, já que não se sabia qual seria a reação do mercado e dos consumidores. O projeto tem o apoio da Coopafi local, Associação de Agricultores e do Sindicato de Trabalhadores Rurais.
Pelo projeto da Coopafi Central, cada galpão deve ter pelo menos 60 metros², espaço para as galinhas colocarem seus ovos e área cercada para que as galinhas possam circular e se alimentar com liberdade. O investimento médio fica na faixa de R$ 10 mil. José Carlos Farias, presidente da Coopafi Central, ressalta que o valor depende do que o cooperado já tem em sua propriedade, por exemplo, que os agricultores possuem palanques, madeiras e telhas. Eventualmente, os custos podem ser até menores do que o previsto.
Genética avançada
Os pintinhos foram comprados de uma empresa que atua nesta área de produção de ovos, com a produção de matrizes genética avançada – espécie Embrapa 051. Do nascimento até o início da produção foram seis meses para começar a produzir ovos. “É superinteressante a ideia”, diz José Carlos. Foram três anos de discussão no Sistema Coopafi, que congrega oito cooperativas, e outras entidades da agricultura familiar da região.
O ciclo de produção de cada matriz é de dois anos, com perspectiva de produção de 345 ovos cada uma. Depois, estas aves podem ser abatidas. As galinhas podem circular pelo galpão e fora dele, em área cercada, são alimentadas com mandioca, verduras e frutas, milho convencional. “O importante é o bem-estar animal, por isso que a galinha fica solta”, ressalta José Carlos. Em outros sistemas de produção de ovos em grande escala, as matrizes ficam presas em gaiolas.
Pessoal animado
José Carlos Farias diz que os produtores estão animados porque o produto “teve boa aceitação”. Os ovos coloniais destes quatro produtores rurais começaram a ser vendidos em supermercados, na feira do produtor e também no sistema de delivery – entrega em casa ou empresa.
As propriedades são legalizadas perante a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), os produtores seguem as normas sanitárias preconizadas para entrar nos galpões e contam com a assistência técnica da médica veterinária Cecília Gummy, da Coopafi Central. Outras duas propriedades, uma de Marmeleiro e outra de Coronel Vivida, devem começar a produzir ovos no segundo semestre. Para 2021, outras quatro propriedades devem iniciar a produção, totalizando dez.
Unidade de beneficiamento
O passo seguinte será o funcionamento da unidade de beneficiamento de ovos em anexo à Coopafi Central, localizada às margens da PR 483, em Francisco Beltrão, e a definição da logística de recebimento da produção de ovos das propriedades e entrega para os parceiros comerciais.
O projeto desta unidade já foi apresentado e aprovado pelo Sistema de Inspeção Municipal (SIM) de Beltrão, que pode emitir o registro de produto com selo Sisbi-Poa por integrar o Consórcio Consad, que abrange municípios conveniados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A unidade de beneficiamento fará a seleção, desinfecção, beneficiamento, armazenamento e expedição e a venda dos ovos para os supermercados. Para se tornar uma unidade de beneficiamento, a sede da central está passando por reforma, adaptações e ampliação. Uma construtora foi contratada para as obras e o prazo de execução é de 90 dias, já visando a liberação do registro do Sisbi-Poa. No mesmo prédio continuará funcionando a parte administrativa.
O projeto de implantação da unidade de beneficiamento conta com recursos financeiros da Cooperativa Central e integradas do Programa Coopera Paraná, da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab). Será liberada uma verba de R$ 280 mil para a compra de um veículo e equipamentos.
Produtora diz que consumidor está gostando do produto
O presidente da Coopafi Central, José Carlos Farias, adianta que com este projeto a Coopafi Central vai buscar atender os programas institucionais de governo e os supermercados. A expectativa dele é que todo o projeto inicie em fevereiro de 2021. “Nós queremos entrar no mercado de forma competitiva”, salienta.
Ele ressalta que as famílias que aderiram à produção de ovos coloniais se dedicam a outras atividades, tais como a produção de leite, grãos, queijos e atendem o programa de alimentação escolar. Dona Neuza Aretz, uma das produtoras que aderiram ao projeto, destaca que se trata de um produto diferenciado. “A galinha de gaiola vive aprisionada, aqui não, elas têm liberdade”, disse ao Programa Bom Dia Rural/TV Sudoeste.
A família de dona Neuza, que mora na comunidade de São Pedro Florido, trabalha com produção de leite e grãos. Sobre a nova atividade, a agricultora afirma que “por onde a gente vende e coloca esses ovos, nos mercados, as pessoas estão pedindo mais, então está tendo boa aceitação”.