
JdeB – A colheita da soja da safra 2024-2025 na região de Francisco Beltrão-Dois Vizinhos segue em ritmo acelerado. Nos últimos dias, o tempo está relativamente bom, com sol e algumas pancadas de chuva. Em Francisco Beltrão e municípios do entorno, as produtividades variando conforme a região.
O engenheiro agrônomo Kaspreski, do Deral, da Secretaria de Estado da Agricultura, núcleo de Beltrão-Dois Vizinhos, diz que já foram colhidas 70% da área de cultivo, que chegou a 298 mil hectares.
Ele acredita que a média de produtividade inicial, estimada pelo Deral-Seab em 3.500 quilos por hectare para a região, pode ser um pouco maior. A produção total deve chegar a um milhão de toneladas.
Rafael Dapont, gerente do polo da Coasul em Francisco Beltrão e Ampere, demonstra satisfação com os resultados alcançados até aqui. “A produtividade, a não ser em alguns casos pontuais na região da Linha Gaúcha e em Ampere, das áreas que eu atuo, talvez teve um pouquinho de estresse hídrico ali nos meses de dezembro e janeiro, e acabou afetando um pouquinho a produtividade. Então, vamos dizer, teve uns 10% a 15% de quebra. Já́ na região aqui da Vila Rio Tuna [em Francisco Beltrão], a produtividade está muito boa, o andamento da safra também está dentro da expectativa, hoje está em torno de 35 a 40% da nossa meta de recebimento, e já a região da Linha Gaúcha e de Ampere em torno de 25 a 30% na média de recebimento”.
As lavouras plantadas mais tarde sofreram um pouco mais pela falta de chuvas em dezembro e janeiro.
“As áreas que foram plantadas um pouco mais tarde deu tempo de recuperar, e aquela que ficou bem na fase do enchimento de grão, em algumas situações elas não conseguiram mais voltar, então afetou um pouco mais a produtividade, mas as últimas áreas conseguiram se recuperar, as plantas ainda estavam na fase reprodutiva, desenvolvimento vegetativo, então vai aumentar as médias mais para frente no final do ciclo”, informou.
Mauri De Bona, gerente da unidade da Cooperalfa em Beltrão, também demonstra satisfação com os resultados alcançados até agora.
“A gente está bem feliz com os produtores de Beltrão. Nós temos a safra do plantio mais do cedo, a colheita já aconteceu. Tem algumas lavouras ainda para trás, mas uma produção está muito boa também, de soja ou milho, superando a expectativa”.
Produtividades variadas
Instalada há dois anos em Beltrão, a Cooperalfa está numa fase de adesão de novos cooperados e clientes. Por isso, Mauri comenta que “tivemos um incremento aí comparado ao ano passado de recebimento de grãos de 50% a mais no período. Nós vamos chegar na final da safra atingindo a nossa meta. Vamos chegar lá na frente com o recebimento de grãos bem acima do que se vinha tendo nos últimos dois anos”.
A produtividade nas primeiras lavouras colhidas em janeiro ficaram na média de 180 a 185 sacas por alqueire.
Rafael Dapont, da Coasul, diz que o índice de produtividade depende de cada região. “Algumas regiões onde pegou umas pancadas a mais de chuvas, ali em dezembro e janeiro, estão produzindo superbem, em algum ponto às vezes uma área ali que não choveu, uma microrregião ali tem afetado um pouco mais a produtividade”.
Mas Rafael relata que tem agricultor colhendo 100 sacas por alqueire e há outros colhendo de 90, 100, 200, 210 e em algumas áreas até 220 sacas por alqueire.
Sergio Krassmann, sócio-proprietário da Krassmann e Bandeira, de Marmeleiro, relata que os resultados são diferentes por região de cultivo.
“Tá bem diversificado, porque tem regiões que prejudicou mais. Nós tivemos um veranico aí de 25, 26 dias que prejudicou o enchimento de grãos, principalmente na cultura de soja, e isso fez com que caísse a produtividade, ou seja, não completou a safra como se esperava, então tem produtores colhendo bem, mas tem produtores que estão colhendo mal, quebrou muito, e o agro, se você analisar, não está atravessando um bom momento, influenciado um pouco pelas ações do governo, e tudo isso reflete diretamente no agro, e só você saber, o pessoal vendia a saca de soja a R$ 180, hoje está a R$ 120”, analisou Sergio.