No interior de Francisco Beltrão duas lavouras de soja plantadas em outubro tiveram de ser replantadas pelo proprietário por causa do ataque de lesmas. O produtor rural plantou soja do ciclo normal, para colheita em março-abril. Antes do plantio de soja, as áreas foram ocupadas com o cultivo de azevém, cultura utilizada para cobertura vegetal e que serve também para a alimentação de bovinos de leite e corte.
Posteriormente, o agricultor pode plantar culturas como soja, milho ou feijão. No entanto, ainda ficam no solo resíduos da planta de azevém. O técnico agrícola Jandir Reginatto, da San Rafael, explica que ocorre a retenção de umidade o que propicia a proliferação das lesmas. Outro fato que contribuiu para a procriação rápida do molusco foi o período de chuvas, em outubro, deixando o solo muito úmido. As plantas estavam no período de desenvolvimento vegetativo.
As lesmas atacam o caule e sugam a seiva da planta, que acaba morrendo. O combate ao molusco não tem como ser feito com iscas. A solução, nesta propriedade, foi revolver o solo com implemento agrícola e fazer o replantio. Jandir conta que o produtor plantou 15 hectares de soja e foi preciso replantar 10 hectares.
Ele estima que o agricultor teve um prejuízo de R$ 1.800 a R$ 2 mil por alqueire – equivalente R$ 800 por hectare. O seguro agrícola não cobre este tipo de dano às lavouras. O técnico disse que havia bolas de lesmas. A situação foi detectada entre 10 e 25 de novembro. A recomendação técnica foi pelo replantio.
Jandir estima que o produtor rural poderia obter uma renda bruta de R$ 40 mil se a colheita fosse normal, com um cálculo da saca a R$ 58 e estimativa de produtividade de 130 sacas por alqueire. Há quatro anos, conta Jandir, o mesmo problema ocorreu na lavoura de um vizinho deste produtor, em uma área ainda maior.
O técnico ressalta que o ataque deste molusco ocorre quando há condições propícias. “Não é uma coisa normal”, diz. A recomendação para os produtores é ficar atentos às lavouras e fazer os manejos. O engenheiro agrônomo Cleverson Penso, gerente da Coasul, acrescenta que não é algo comum este tipo de ataque às lavouras de soja.