Até o ânimo dos produtores rurais melhorou, diz engenheiro agrônomo.

As chuvas do final de novembro e da primeira semana de dezembro foram bem acima das quantidades registradas entre setembro e novembro.
O técnico Antoninho Fontanella, do Departamento de Economia Rural do núcleo da Secretaria de Agricultura (Seab) de Francisco Beltrão-Dois Vizinhos acredita que parte das lavouras de soja ainda podem se recuperar e garantir uma boa safra.
Depois de recuperar a umidade, as plantas estão mais bonitas. Até mesmo os produtores se animaram mais.
As precipitações foram muito boas. Na Usina Baixo Iguaçu, no interior de Capanema, foram 130 mm; Dois Vizinhos, 113 mm; Planalto, 147 mm; e Francisco Beltrão, 81 mm.
“Sabemos que tem regiões que choveu muito mais que isso e tem regiões que não chegou a dar esse índice como foi registrado nas estações meteorológicas”, relata Antoninho Fontanella.
Safra cheia
Antoninho está otimista de que as lavouras possam se recuperar com estas precipitações. “Essas chuvas nos dão um alento de que nós poderemos ter uma safra cheia ainda de soja, hoje nós temos praticamente 50% das lavouras em desenvolvimento vegetativo, 40% em floração e 10% já em frutificação.
Porém, todas essas áreas ainda nós temos que fazer uma revisão, porque ainda há de ter um bom desenvolvimento nestas lavouras na parte aérea das plantas, e, com isso, podemos atingir aquela produtividade média que nós tínhamos estimado inicialmente de 3.800 a 4.000 quilos por hectare.
Vamos avaliar conforme o decorrer dos dias, embora tenha acontecido [precipitação] num índice bastante elevado, não estava previsto esse índice. Nós vamos trabalhar pra quantificar melhor essa cultura”.
O presidente do Sindicato Rural de Francisco Beltrão e agricultor em Seção Jacaré, Leoclínio Brufatti, acredita na recuperação de parte do potencial produtivo nas suas lavouras de soja. “De antes e depois da chuva já fez a diferença, se recuperou bastante”, ressalta.
Ele acredita que, se continuar chovendo, há uma boa perspectiva de produção, mas haverá quebra na produtividade. Ele estima que vai colher na faixa de 150 sacas por alqueire. Se as condições climáticas fossem normais a produção seria maior.
O engenheiro agrônomo Cleverson Penso, gerente da Coasul – Cooperativa Agroindustrial – em Francisco Beltrão, considera que a chuva foi boa para as lavouras de soja que estão em todas as fases.
Mas ele adianta que a soja plantada no cedo – em setembro – não se recupera mais em termos de potencial produtivo. “Pra soja mais do tarde foi excelente a chuva”, disse.
Cleverson, que acompanha os cooperados da Coasul em outros dois municípios, afirmou que a chuva “mudou até o ânimo do produtor”.
Milho não se recupera
Na cultura do milho foram plantados apenas 16 mil hectares na região e a maioria das lavouras se encontram na fase de desenvolvimento vegetativo, floração e alguma coisa já em frutificação.
Então, nós vamos fazer uma avaliação nos próximos dias. “As lavouras do milho, sim, foram bastante atingidas, tem muitas áreas que foram plantadas no mês de agosto e início de setembro e essas lavouras foram bastante prejudicadas pelos dias de estiagem que aconteceram”, comenta Antoninho.
Seu Leoclínio e Cleverson concordam que as lavouras de milho não se recuperam mais, mesmo conntando com as chuvas que caíram. “Nasceu muito desuniforme, em alguns lugares a planta nasceu mais cedo e em outros mais tardia”, relata o presidente do sindicato.
Para os próximos dias não há previsão de novas chuvas. Mas elas devem voltar a cair no Sudoeste do Paraná ainda na primeira quinzena de dezembro.
Com o tempo bom, os produtores de feijão devem intensificar a colheita da primeira safra e também o sol ajuda no desenvolvimento das plantas. Cleverson Penso diz que seria necessário que caísse boa quantidade de chuvas a cada sete ou dez dias.