Preço é um dos atrativos para esta safra.

A área de cultivo de trigo nesta safra será maior do que as previsões iniciais dos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral) do Núcleo regional de Francisco Beltrão-Dois Vizinhos. Inicialmente eles previam que o trigo ocuparia uma área de 90 mil hectares. Mas os técnicos estão reavaliando e a área poderá ser de 92 mil hectares. A produtividade esperada é de 3.200 quilos por hectare. Na safra passada foram plantados 94 mil hectares.
O valor da saca de 60 quilos do cereal se tornou atrativo para os produtores rurais decidirem pelo plantio. Nos últimos meses a cotação tem oscilado entre R$ 58 e 60, conforme a cotação do dólar. Em anos anteriores, com o real valorizado a cotação do cereal era menor.
A condição das lavouras é considerada muito boa. As áreas já estão todas plantadas e praticamente se encontram em desenvolvimento vegetativo. Para o engenheiro agrônomo Ricardo Kaspreski, do Deral/Seab de Beltrão, nesta fase as lavouras de trigo ainda suportam as geadas. Porém, as lavouras que já estiveram na fase de emborrachamento podem ter algum prejuízo.
Na região de Pato Branco, o Deral/Seab estima cultivo de 60 mil hectares. Destes, 54 mil hectares já foram plantados. No Paraná serão plantados 1.018 milhão de hectares.
Defensor do cultivo do trigo
Dirceu Rufatto e o filho Denilson plantam trigo há muitos anos em duas áreas entre Marmeleiro e Renascença. Nesta safra plantaram 150 hectares. Dirceu, que já foi presidente do Sindicato Rural, continua defendendo uma política governamental de apoio ao cultivo de trigo. “Continuo como sempre vendo a viabilidade do trigo pro solo”, comenta.
Ele elenca como fatores importantes esta cultura para a preservação do solo, a rotação de cultura no outono-inverno e também renda para o produtor no final do ano, com a colheita. “Tomara Deus que algum governo possa apoiar pra que os produtores possam produzir com qualidade e quantidade”.
Dirceu observa que muitos produtores olham o trigo só pelo lado que não vai lhes dar lucro. O Brasil consome mais farinha de trigo do que produz. As importações vêm da Argentina, Canadá e Estados Unidos para suprir a demanda interna.