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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Avalistas da Comfrabel perante o BB querem solução

Agricultura

Parte dos avalistas e representantes de avalistas na reunião da Comfrabel.

A comissão liquidante extrajudicial da Cooperativa Agrícola Mista Francisco Beltrão (Comfrabel) teve reunião quarta-feira, 22, na sede da entidade, com os avalistas da dívida perante o Banco do Brasil. A Comfrabel tem débitos de aproximadamente R$ 33 milhões com o BB e seu patrimônio vale cerca de R$ 30 milhões.

Parte dos 13 avalistas estiveram na reunião. Diretores e o assessor jurídico da Comfrabel, Cezar de Carli, expuseram a situação da instituição. Em 1991, a entidade deixou de funcionar e, desde então, o processo de liquidação se arrasta em órgãos do Governo Federal. Na década de 1980, os 13 avalistas assinaram documento em favor da Comfrabel em um empréstimo junto ao Banco do Brasil. Na época, a cooperativa estava ativa e movimentava mercadorias e os entrepostos. No entanto, como a dívida não foi paga, os avalistas estão com seus bens penhorados, ou seja, não podem vendê-los porque, em caso de cobrança, teriam de entregá-los como garantia.

No ano passado aconteceu assembleia de prestação de contas e a eleição de nova comissão liquidante extraordinária, formada por Arenil Reolon, Nelcir Basso e Adelino Capelina, e também três novos membros do conselho fiscal foram eleitos.

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Contrato entre entidades
A comissão descobriu que em 2014 foi firmado um contrato entre a Comfrabel e a Coopersantana, que foi criada para auxiliar a antiga cooperativa que enfrentava dificuldades financeiras. Neste contrato, a Coopersantana passou a controlar os aluguéis dos imóveis da Comfrabel e a receber os valores. Para vender ou quitar qualquer imóvel da Comfrabel, tem que ter o aval da Coopersantana. Após 20 dias da assinatura do contrato, o presidente da Coopersantana, Jaime Maccari, que havia passado por transplante de fígado, acabou falecendo.

Tentativa de negociação
O encontro de ontem teve o objetivo de expor a situação aos avalistas e a dificuldade da negociação com a Coopersantana. Arenil diz que os avalistas estão cansados diante deste problema e querem um final nesta história. Arenil relatou que na reunião de ontem ficou acertado que será tentado realizar um encontro com a presença dos avalistas, dos diretores da Coopersantana e da comissão de liquidação extrajudicial da Comfrabel, “pra ver se há um entendimento”. Ele acrescenta que “os sócios da Comfrabel e da Coopersantana são praticamente os mesmos”.

Ainda na quarta-feira, os sócios Izair Favretto e Clademir Mazzochin, filho do sócio Genuíno, foram conversar com Antonio Carlos Bonetti para a busca de entendimento. Genuíno e Favretto estão entre os 13 avalistas da Comfrabel perante o BB. Visitas aos outros diretores da Coopersantana, Arcedino Dall’Agnol e Adair Camicia, de Renascença, e ao assessor jurídico Luiz Carlos D’Agostini devem ser feitas pelos avalistas.

Nelcir Basso, membro da comissão liquidante, esteve em Brasília para verificar a situação da cooperativa. Ele foi informado que o processo de cobrança da dívida da entidade, que estava com o Banco do Brasil, foi repassado para a Advocacia Geral da União (AGU) com vistas à realização do leilão dos imóveis.

Diante das negociações da comissão liquidante com a AGU, foi dado mais um prazo, agora de 12 meses, para que a comissão liquidante encontre uma solução para o problema. Caso contrário, os imóveis da cooperativa serão colocados à venda. Já se passaram dois meses, restam ainda dez meses para a busca de uma solução.

Arenil Reolon, presidente da comissão de liquidação extrajudicial, diz que as dívidas com o INSS foram parceladas, que não há débitos trabalhistas. Ainda há débitos do IPTU com a Prefeitura de Beltrão já que a entidade conta com vários terrenos no Bairro Luther King/Entre Rios.

Arenil reforçou o objetivo da reunião de quarta-feira: a busca de uma solução para este grupo de avalistas e para a definição dos destinos da entidade.

 

O que foi a Comfrabel
A Comfrabel era uma das maiores empresas da região Sudoeste, tinha armazéns de recebimento de feijão, milho e soja, venda de insumos agrícolas, mantinha técnicos que davam assistência técnica aos agricultores cooperados. Pagava muitos impostos e gerava dezenas de empregos e tinha laticínio e fábrica de rações.

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