Agricultura
O abate de milhares de suínos na China e outros países asiáticos nos últimos meses, devido ao aparecimento de focos de peste suína clássica provocou uma mudança no cenário mundial de produção de carnes. Em reunião-jantar dia 21 de fevereiro, em Itapejara D´Oeste, o presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), Jacir Dariva, deu panorama de como se encontra a suinocultura. A perspectiva é de aumento dos plantéis devido aos problemas nos países asiáticos
Em nível mundial, a China é a maior produtora e consumidora de carne suína. Com o aparecimento da peste suína, os chineses de obrigaram a importar carnes de vários países para manter o mercado interno abastecido. O resultado disso foi o aumento da demanda e dos preços de suínos e bovinos no mercado interno. Em 2020, as exportações brasileiras de carnes de aves, suínos e bovinos para a China e outros países continuam em alta.
Em seu pronunciamento em evento do dia 21, de lançamento da Festa do Leitão Maturado, em Itapejara, Jacir Dariva disse que a produção brasileira deverá saltar de 3 milhões de toneladas para 3,8 milhões de toneladas diante da demanda internacional. Mas Jacir reconhece que a tendência é de aumento dos plantéis no Brasil devido ao aquecimento da demanda no mercado chinês e asiático. “Se for analisar no ambiente mundial, o Brasil é o único país que tem condições de aumentar a produção sem prejudicar o meio ambiente”, salientou.
Não dá problema em humanos
O presidente da APS disse que a peste suína clássica não provoca problema para a saúde humano. No entanto, por ser uma episootiase, ela precisa ser combatida por meio dos abates sanitários. Jacir ressaltou que as pessoas não precisam se preocupar em relação à escassez de proteínas animais no mercado. “O mundo precisa de mais carnes, milho e soja. Com certeza não vai sobrar grãos, carne. Tudo isso vai ter o consumo no momento certo.”
“Divisor de águas”
Para o líder da suinocultura, o fato de o Paraná estar livre da febre aftosa e sem a necessidade de vacinação dos bovinos será importante para a produção de rebanhos. “O mercado que mais paga no mundo é o japonês, com 1,3 milhões de toneladas importadas. O Japão não aceita comprar carne de lugares que não são livres da vacina”, informou.
E o Paraná tende a se beneficiar não apenas por causa do problema sanitário na China, mas por conseguir o status de Estado livre da febre aftosa, doença que pode contaminar bovinos e suínos. Jacir disse que uma das principais vantagens para o Paraná, agora, será a liberdade de os frigoríficos venderem o que produzem sem interferências ou barreiras sanitárias de outros países importadores. “A partir de agora estamos livres de ter este problema”, frisou.
Maiores produtores mundiais de carne suína
1º: China, com 52 milhões de toneladas
2º: União Europeia: 24 milhões de toneladas
3º: Estados Unidos: 11 milhões de toneladas