
A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) foi informada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) do Brasil sobre o fim do vazio sanitário, conforme previsto nos protocolos internacionais, para o caso de gripe aviária. Com a notificação, o país se autodeclara livre da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP). A notícia é importante para o Estado do Paraná por ser o maior produtor e exportador de carnes de aves – frangos e perus – do Brasil. O período de vazio sanitário no Brasil teve início em 22 de maio, logo após a conclusão da desinfecção da granja localizada em Montenegro (RS), onde foi registrado, em 16 de maio, o primeiro e único foco da doença em granja comercial no país. Com o encerramento desse prazo e sem novas ocorrências, o Brasil concluiu todas as ações sanitárias exigidas, recuperando novamente o status de livre da doença.
“Não se comemora uma crise, mas é preciso reconhecer a robustez do nosso sistema sanitário, que respondeu com total transparência e eficiência. Seguimos todos os protocolos, contivemos o foco e agora avançamos com responsabilidade para uma retomada gradativa do comércio exterior, mostrando a força do serviço sanitário brasileiro”, afirmou o ministro da Agricultura Carlos Fávaro. Além disso, o Mapa também está notificando diretamente os países que impuseram restrições temporárias às exportações brasileiras de produtos avícolas, com o objetivo de restabelecer o comércio internacional o mais rapidamente possível. “Chegamos hoje ao fim do vazio sanitário com a conclusão do foco e a emissão da autodeclaração pelo país de que está livre de gripe aviária em granjas comerciais. Isso não apenas fortalece a credibilidade do nosso sistema sanitário, como também representa um passo fundamental para a reabertura de mercados e a normalização das exportações”, destacou o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Carlos Goulart.
Comunicado favorece o Paraná, maior produtor de aves do Brasil
O Paraná também sai beneficiado com este comunicado do Ministério da Agricultura porque a avicultura é uma das atividades mais importantes da economia estadual – é uma cadeia longa que começa com a criação dos pintinhos, passa pelas fábricas de rações, frigoríficos e até o posto de combustível. O Estado tem cerca de 37 frigoríficos e exporta grande parte de sua produção de carne de aves e ovos para outros países.
Entre os produtores, o comunicado do Ministério da Agricultura à Organização Mundial de Saúde Animal foi celebrado com alegria. João Weissheimer, presidente da Associação de Avicultores de Verê, destacou que “a notícia sobre o fim do vazio sanitário e a declaração de estarmos livres da gripe aviária vai de acordo com nossas expectativas, visto que, com um esforço conjunto dos produtores, integradores e os órgãos de fiscalização, este resultado somente reflete o trabalho de prevenção que foi executado com excelência por todos”. Juliana Jackoski, presidente da Associação de Avicultores de Chopinzinho, também saudou a notícia. “Isso nos deixou bastante aliviados, porque estávamos em estado de apreensão com medo de que novos casos pudessem surgir nas granjas comerciais, que isso poderia complicar ainda mais [a situação do Brasil]. Mas graças a Deus não aconteceu, embora tenhamos alguns casos em análises de alguns estados. Mas as divulgações e análises são sempre muito transparentes. Estão acontecendo casos em aves silvestres e de subsistência. Mas a expectativa é muito boa, de que nada vai interferir no nosso setor. Porque o que deixa maior preocupação é se ocorrer casos nas granjas comerciais, o que havia acontecido lá em Montenegro. E pelo fato que nós somos um grande produtor a nível de mundo, estamos sempre numa briga ferrenha com a China, que está na segunda colocação em produção, o Brasil em terceiro lugar e os Estados Unidos em primeiro lugar. Nós sabemos que temos um nível de valor agregado, de investimentos nas nossas granjas, de comprometimento dos nossos produtores bastante grande. Então, qualquer coisa que aconteça em nível sanitário complica bastante porque de cada dez frangos, três são exportados para o mercado internacional”.