7.4 C
Francisco Beltrão
domingo, 01 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Chuva ameniza situação da soja, mas lavouras de milho já têm perdas

Em Beltrão, produtor rural teve de fazer o replantio de parte das lavouras.

 Há plantas em vários estágios, algumas sendo plantadas agora e outras (como esta da foto), já em desenvolvimento.

A chuva de ontem à tarde animou o produtor rural Ozébio Nesi para o plantio de soja, na comunidade do Rio Guarapuava, interior de Francisco Beltrão. Na microrregião, segundo informações do Deral/Seab, as lavouras de milho já estão 100% plantadas e as de soja 97%. Para a soja, estão previstos 280 mil hectares, com estimativa de 3.650 kg a 4.050 kg por hectare. Quanto ao milho, são esperados 17.850 hectares, com produtividade variante entre 8.400 kg a 9.800 kg por hectare. O plantio começa em setembro e encerra por volta do dia 20 de novembro.

Ozébio cultiva 175 alqueires, sendo 20 na Seção Jacaré e 155 no Rio Guarapuava. Nesta safra, já plantou dez alqueires de milho e, em razão da falta de chuvas, estima uma perda de 25% nesta cultura. Em Francisco Beltrão, no mês de outubro choveu apenas um quarto do que normalmente chove para o mesmo período.

Ontem, o produtor e sua equipe estavam se preparando para iniciar o replantio de soja. São três dias de trabalho duro. O produtor já tinha plantado 140 alqueires, mas como as plantas tiveram o desenvolvimento prejudicado pela falta de chuvas, resolveu fazer o replantio em, pelo menos, cinco alqueires.

- Publicidade -

No Rio Guarapuava, por exemplo, onde ele tem a maior área, choveu 40 milímetros na segunda-feira, 9, somando-se à chuva de ontem, é suficiente para apostar num bom início de lavoura. Contudo, no mesmo dia, a chuva no Jacaré foi só de 15 mm. “Hoje há muita tecnologia no plantio. Se fosse 20 anos atrás, com esses dias de sol, as plantas estavam mortas. Mas se você olhar, vai ver que as plantas ainda cresceram, porque o solo segura e a semente tem tecnologia. Hoje uma chuva de 20 milímetros não mexe com as águas, mas já é suficiente para uma lavoura.”

Na opinião dele, de tudo que inventaram, o sistema de plantio direto ainda foi a melhor solução. “A raiz da planta apodrece e cria vasos que permitem a absorção da água. Se o solo tivesse compactado, a água corria e ia embora.” Além disso, ele adota a base de contenção em suas lavouras, que ajuda a conter um pouco mais a água e evitar grandes enxurradas. Na safra passada ele colheu, em média, 160 sacas por alqueire, mas está convicto que na atual terá redução. “Não vai dar produtividade não, mas é cedo pra estimar.”

Ozébio mantém certa preocupação com relação ao La Niña, fenômeno que deve reduzir a média das chuvas em todo o Rio Grande do Sul; do Meio Oeste ao Oeste de Santa Catarina; no Sul, Sudoeste e Norte do Paraná.

Linha Hobold
Leandro Pagnan, já plantou 220 hectares de soja, na Linha Hobold. Ele diz que as plantas estão em diversos estágios, conforme a época em que foram plantadas. “Tem pedaços aí que não germinou direito. É no desenvolvimento que está prejudicando muito, que está faltando chuva. Mas acredito que se chover bem aí nos próximos meses não vai afetar tanto. Mas sei de muitos que fizeram replantio. As minhas, no geral, eu diria que 80% estão boas.” Ele também considerou muito cedo projetar perdas neste momento.

Produtor estava trabalhando na lavoura ontem à tarde quando veio a chuva.

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques