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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Cigarrinha do milho registra ataques ferozes a lavouras da microrregião de Pato Branco

A Adapar registrou a presença da cigarrinha em 50 municípios, sendo alguns deles aqui no Sudoeste

O agricultor precisa ficar atento ao ataque da cigarrinha, porque os prejuízos podem ser grandes se não houver o tratamento rápido.

O Paraná é responsável por cerca de 15% da produção nacional de milho, número que poderia ser maior, não fossem doenças registradas a partir da safra 2018/2019, ligadas ao enfezamento, que tem como vetor a cigarrinha.

Essa praga, associada ao quebramento do caule da planta, pode dizimar a produtividade do milho. Entre novembro e dezembro do ano passado a Agência de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Adapar) informou a presença da cigarrinha em 50 municípios em todas as regiões produtoras do Estado, incluindo vários municípios no Sudoeste.

Na segunda safra deste ano que está em curso, o inseto mostrou-se ainda mais agressivo. Em Mariópolis, o departamento agronômico da Cooperativa Mista São Cristóvão (Camisc) monitora as lavouras dos cooperados. Cleodomir Brandelero plantou a segunda safra de milho, e está assustado, já entrou sete vezes na lavoura para atacar a cigarrinha. “Foram sete entradas na minha lavoura com dois dias de intervalo, nunca vi nada igual em décadas de trabalho na agricultura”, declarou, assustado, o produtor. 

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Custo de controle é alto 
Segundo Emilio Montemezzo, agrônomo da Camisc, um dos fatores que contribuíram para o aumento da infestação da cigarrinha foi o aumento e constância das lavouras de milho, que mantiveram plantas verdes por período alongado, beneficiando a praga.

“O agricultor precisa estar atento, se a praga não for controlada, o produtor pode perder a safra”, alerta. O custo para o combate da cigarrinha é alto, em torno de R$ 300, por alqueire, diz o agrônomo. Mas a quantidade de entradas na lavoura vai depender de caso a caso, tempo de plantio e tolerância da variedade.

“O produtor precisa escolher variedades mais tolerantes, para junto com o controle químico minimizar as perdas”, recomenda Emílio.Em diferentes lavouras e híbridos foi possível observar variação na incidência e na severidade dos danos pelos enfezamentos.

Observou-se, ainda, que cigarrinhas infectadas têm alta capacidade migratória de lavouras mais velhas para mais novas e transportaram a praga para plântulas sadias, no início do ciclo de desenvolvimento da cultura. O agrônomo acredita que este fator foi preponderante para ampliar a área atacada pela cigarrinha no Paraná.

É preciso estar atento também às plantas tigueras, que a cigarrinha pode utilizar, não apenas do milho, mas o sorgo, Braquiária ruziziensis e o milheto para abrigo e alimentação, sobrevivendo no sorgo e na braquiária por até três semanas e no milheto, por até cinco semanas.

A situação é preocupante a ponto de a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) ter criado um grupo de técnicos entre as cooperativas para a troca de informações. Na semana passada, o JdeB publicou matéria com o engenheiro agrônomo Cleverson Penso, da Coasul de Francisco Beltrão, que também alertou para o problema.

Cleverson disse que várias cultivares de milho híbrido que eram campeões de venda vão se “aposentar”, ou seja, deixarão de ser escolhidos na hora da compra pelo produtor rural, porque são muito suscetíveis ao ataque da cigarrinha. 
Colaborou Flávio Pedron

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