Com o uso de melhores tecnologias, produção de grãos vem aumentando.
A grande safra de soja e milho que vem sendo colhida na região e a pouca disponibilidade de caminhões para transportar os grãos obrigou a Coasul – Cooperativa Agroindustrial – a alugar alguns armazéns para receber a produção dos cooperados das regiões Sudoeste e Centro-Oeste do Paraná. Luiz Carlos Walter, gerente da divisão operacional da cooperativa, conta que “este ano, pela alta produtividade e o volume de soja e milho e a diminuição dos caminhões”, foi preciso alugar alguns locais.
A Coasul estima que irá receber cerca de 9 milhões de sacas de soja e milho. Neste ano, muitos produtores plantaram variedades super-precoces de soja e começaram a colher no final de janeiro e início de fevereiro, coincidindo com a colheita dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Proprietários de frotas de caminhões e caminhoneiros autônomos da região acabaram se direcionando aos dois Estados do Centro-Oeste já que os preços do frete estão maiores que os praticados no Sudoeste do Paraná. “Faltou caminhão para o transporte”, reconhece Luiz Carlos Walter. A consequência imediata foi o aumento dos preços dos fretes pelas empresas daqui que precisam escoar a produção de soja para os portos de Paranaguá e de Santa Catarina. O preço médio da tonelada daqui ao Porto de Paranaguá está em R$ 100 – já esteve em R$ 110 há poucos dias.
Para a Coasul, uma das alternativas diante da grande safra e da falta de caminhões foi arrendar alguns armazéns para receber a safra. A Cooperativa também tem boa quantidade de milho e trigo, da safra 2015-2016, armazenados. Por isso, foram alugados silos em Francisco Beltrão (da Comfrabel), em Chopinzinho, Nova Prata e Marmeleiro.
Outro fator exposto por Luiz Carlos é que tem muitos cooperados que estão armazenando a soja nos entrepostos da Coasul à espera de melhores preços para a saca de soja. Hoje, a saca está na faixa de R$ 62 a R$ 64, mas os agricultores esperavam preços maiores. Só que a safra norte-americana foi muito boa e os estoques mundiais se mantêm.
A Coagro, Cooperativa de Capanema que atua na região da Fronteira, também teve de depositar produtos em armazéns de outras empresas, fora da região, à espera de negociação para exportação. Nos últimos cinco anos o clima foi favorável para a safra de primavera-verão (primeira safra) e a produção vem aumentando. “Ano após ano a produção está aumentando, o ritmo de construção de novos silos é menor que o aumento da produção”, observa Raul Frosi, gerente comercial da cooperativa.
Este bom desempenho da agricultura se deve ao uso, por parte dos produtores, de novas variedades de soja e milho, uso de tecnologias mais avançadas e produtivas. Uma das consequências é que começa a faltar espaços nos silos para receber uma quantidade maior de grãos. Neste ano, espera-se uma colheita de 2,1 milhões de toneladas de soja no Sudoeste – 2% da produção nacional.
Outra questão lembrada por Raul é que, na safra passada, de cada quatro sacas que entraram nos armazéns da cooperativa, uma ficou estocada. O cooperado deixou em depósito parte de sua produção à espera de melhores preços.