A produtividade está bem abaixo do esperado e o excesso de chuva prejudicou a qualidade do grão.
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Lavoura de feijão sendo colhida na Linha Fátima, Coronel Vivida: de 45 a 50 sacas por alqueire, mas com grãos brotados, que baixam a qualidade e o preço.
Foto: Ivo Pegoraro/JdeB
Até segunda-feira, dia 10, o último levantamento do Deral mostrava que cerca de 80% do feijão safrinha dos 27 municípios da região já tinha sido colhido. A estimativa é que tenha fechado a semana com mais de 90% e que praticamente se encerre a colheita na próxima semana.
Quanto à produtividade, ficou aquém do esperado, informa o engenheiro agrônomo Ricardo Kaspreski, do Deral, Núcleo de Francisco Beltrão. A estimativa era para 2.000 quilos por hectare, mas os 80% conferidos ficaram na casa de 1.500 e a tendência, até o fim da colheita, é de baixar ainda mais. A região plantou nesta safrinha de feijão somente 33 mil hectares.
Segundo Kaspreski, o feijão safrinha 2019 enfrentou primeiro o veranico de janeiro, que atrasou o plantio. Segundo, muita chuva no período de maturação que pegou exatamente o feijão plantado mais tarde.
Brotos reduzem qualidade
Quarta-feira desta semana, dia 12, Nelson Szczekowski, da Linha Fátima, em Coronel Vivida, colhia feijão, numa área de 18 alqueires. Ao Jornal de Beltrão, ele disse que, além da produção baixa (de 45 a 50 sacos por alqueire), a qualidade também vai reduzir o preço. Devido à chuva, estava colhendo muito feijão brotado.
– E se tivesse plantado soja, quanto iria colher?
– Ah, no mínimo uns 130 sacos por alqueire, mas daí os homens não deixam plantar.
Ele se refere ao “vazio sanitário”, uma proibição (do governo)ao plantio de soja safrinha para controlar doenças como a ferrugem asiática.
Nelson comenta que, se o preço do feijão estivesse normal (em torno de R$ 200 a saca), compensaria, mesmo produzindo um terço da soja, mas o preço do feijão caiu praticamente ao preço da soja.