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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Com safra recorde e preço nas alturas, produtores da região já venderam quase todo estoque de soja

Valor médio da saca passa de 100 reais no Paraná, puxado pela alta do dólar.

O preço da saca de soja atingiu os três dígitos há cerca de dois meses, mas antes mesmo de chegar no patamar atual – em torno de 100 reais – muitos agricultores fecharam negócio pra vender toda ou parte da produção. Nas cerealistas e cooperativas da região, a grande maioria dos estoques já foi negociada.

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“Temos hoje entre 75% e 77% da soja vendida, o restante ainda está disponível. É algo que nunca havia acontecido, de vender tanto de forma tão rápida, pois geralmente chegávamos neste percentual lá por outubro”, comenta o gerente de compras da unidade de Renascença da Coopertradição, Adegir Tumeleiro. A cooperativa hoje negocia a saca a 99 reais e está fechando contratos futuros para 2021 por até R$ 97.

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Na Cerealista Bandeira, em Marmeleiro, 80% da soja já foi vendida, seguindo os preços estabelecidos pelo mercado. A saca está sendo comprada por 100 reais. Além do bom preço, a produtividade da última safra também animou os produtores, segundo o empresário Luiz Bandeira, que chegou a colher 75 sacas por hectare. “Faz alguns anos que nossa região, diferente de outras, não é atingida por uma seca grande ou outro tipo de fenômeno que prejudique de forma mais forte a safra, mas nesta última foi algo histórico a produção alcançada por todo os produtores”, comenta.

Os dados do Deral da Seab comprovam que a safra 2019/20 foi a maior da história na região. Com uma área plantada de 267,2 mil hectares, os municípios da microrregião colheram mais de um milhão de toneladas, uma produtividade média de quase 68 sacas por hectare.

Na Cerealista Bandeira, em Marmeleiro, 80% da produção foi negociada.

Foto: Leandro Czerniaski/JdeB

 

Maior recebimento da Coagro
A Coagro, de Capanema, teve o maior recebimento de soja da história neste ano – foram quase dois milhões de sacas – e 78% deste volume está comercializado. Boa parte foi vendida quando os preços ultrapassaram os 80 reais. “Esse preço de hoje é em função do câmbio, devido à valorização do dólar frente toda essa crise no mundo e no Brasil”, avalia o presidente da cooperativa Sebaldo Waclawovski. Ele acredita que esse preço não se mantenha a longo prazo e prevê impactos também no valor de insumos e na oferta de soja do mercado interno. A cooperativa contratou 18% da safra futura a preços entre 90 e 95 reais.

No Paraná, o preço médio da saca pelo indicador Cepea/Esalq é de R$ 105,43, mas o valor varia conforme o local de entrega – a Copagril paga 98 e a Castrolanda está chegando a 114 reais, segundo o portal Notícias Agrícolas. Na semana passada, o dólar atingiu R$ 5,89, a maior cotação da história.

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