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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Controle de pragas e doenças da soja poderia economizar R$ 42 milhões por safra na região

Técnicas simples, mas que demandam dedicação dos produtores, podem evitar uso desnecessário de defensivos nas lavouras.

A “batida de pano” é uma técnica que ajuda a identificar lagartas e percevejos na soja, tema de uma tarde de campo realizada ontem em Renascença. 

Fotos: Leandro Czerniaski/JdeB

A conta foi feita pelo engenheiro agrônomo Ericson Marx, da Emater Regional, com base nos resultados das lavouras acompanhadas pelo Instituto no Sudoeste: se o manejo integrado de pragas e doenças (MIP/MID) fosse aplicado em toda a área plantada de soja da região, a economia com defensivos como fungicidas e inseticidas seria de R$ 42 milhões na última safra.

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O dado foi apresentado na tarde de campo promovida ontem em Renascença por entidades e órgãos da agricultura, como a Emater, Seab e Embrapa. O objetivo foi reunir produtores para difundir a ideia do MIP e MID, um sistema que permite recolher amostragens da lavoura de soja para avaliar a necessidade de aplicação de agrotóxicos ou defensivos fisiológicos e biológicos.

No Sudoeste, a Emater acompanhou 16 áreas de cultivo na última safra trabalhando com o método e neste ano já são 22 lavouras com a assistência do órgão. Nestes locais, os técnicos observaram que, em média, houve redução de 50% na aplicação de inseticidas e de 30% de fungicidas durante a safra. Com menos aplicações, é como se cada produtor tivesse economizado 2,5 sacos de soja por hectare.

“Considerando que tivemos uma área plantada de 201 mil hectares, esses números apontam, em termos financeiros, uma economia de R$ 42 milhões se todas as lavouras implementassem o controle de pragas e doenças”, calcula o agrônomo.

Coletor de esporros e batida de pano
A tarde de campo oportunizou que dezenas de produtores conhecessem como o controle funciona na prática e pudessem tirar dúvidas com especialistas. Uma das técnicas é o coletor de esporos, um equipamento feito com cano de PVC e lâmina adesiva que captura fungos da ferrugem e ajuda a avaliar a necessidade da aplicação de fungicida. Outra é a “batida de pano”, que permite aos agricultores detectar a presença de lagartas e percevejos nas plantas e se será preciso algum defensivo e qual o mais apropriado. Também é verificado se há outros insetos que são predadores naturais.

Dedicação
O maior desafio, no entanto, é que o MID/MIP requer regularidade semanal nas verificações. “Tanto o pano quanto o coletor precisam ser verificados por área e toda semana. São procedimentos que demandam tempo e dedicação, no entanto, trazem muitos benefícios para o produtor e o meio ambiente”, comenta o extensionista da Emater em Realeza, Jayme Taube “Canjica”.

Tarde de campo realizada ontem em Renascença apresentou os benefícios do MID/MIP para as lavouras de soja.

 

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