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Francisco Beltrão
sábado, 07 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Diretores da Adapar vistoriam lavoura de soja da segunda safra

Agricultores querem ampliação da janela de plantio para 31 de janeiro já que o cultivo da soja da safrinha está proibido.

Lideranças do Sudoeste e técnicos da Adapar, conflito quanto a data do plantio das lavouras de soja.

A convite de lideranças do agronegócio e do presidente da Cooperativa São Cristóvão (Camisc) de Mariópolis, Nelson De Bortoli, a diretoria técnica da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), e representantes da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e da Federação da Agricultura e Pecuária (Faep) visitaram áreas de lavouras de soja da segunda safra na microrregião de Pato Branco. Em Clevelândia, numa das áreas visitadas, as lideranças reivindicaram da Adapar uma abertura maior da janela de plantio, estendendo em 30 dias. O teto para plantio hoje no Estado é 31 de dezembro, e os agricultores reivindicam a ampliação para 31 de janeiro.

A data limite foi regulamentada pela Adapar, com a Portaria 202/2017, na tentativa de reforçar a eficácia do vazio sanitário, que tem como objetivo diminuir o risco de proliferação da ferrugem asiática e também no dizer da pesquisa, evitar uma possível redução da eficácia dos agrotóxicos usados para controlar a proliferação do fungo. Mas a medida é alvo de uma queda de braço entre a pesquisa, a Secretaria de Estado de Agricultura, leia-se Adapar, e aqui na ponta, arcando com enormes prejuízos os agricultores.

O diretor de Defesa Agropecuária da Adapar, Manoel Luiz de Azevedo, disse que o Governo do Estado segue o calendário recomendado pela pesquisa. “A Embrapa manifestou sua preocupação dizendo a mudança nos prazos poderá colocar em risco a produção de soja no Brasil”. As medidas atuais com a data limite em 31 de dezembro tem funcionado no combate à ferrugem da soja. Estender o período aumentaria a quantidade de aplicações de fungicidas, o que, segundo a Embrapa, aumentaria a resistência das pragas aos produtos, levando a ineficiência das moléculas conhecidas até o momento. As lideranças do agronegócio regional discordam. Segundo eles não existe uma pesquisa considerando as características do microclima regional, e a medida prejudica apenas o Sudoeste do Paraná.

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Na visão dos agricultores do Sudoeste que realizam o plantio da segunda safra há 20 anos, a medida se mostra ineficiente para seus objetivos alegados. Oraldi Caldato, presidente do Sindicato Rural de Pato Branco, e vice- presidente da Faep, destacou que a região tem um microclima diferente que permite o plantio da segunda safra sem causar danos ao meio ambiente. “Estamos numa região em que Deus nos deu uma dádiva que é o clima, e que nos foi tirado na ponta da caneta, numa portaria criminosa que nos impede de trabalhar”, desabafou o líder ruralista.

Ari Reisdoerfer, presidente do Sindicato Rural de Clevelândia, disse que os agricultores da região estão sendo penalizados. “Da forma como está estamos pagando o preço, deixando de produzir por conta de uma medida inócua, já que há um quilômetro daqui em linha reta Santa Catarina segue plantando a segunda safra”, destacou.

Segundo Nelson De Bortoli, presidente da Cooperativa Camisc, em Mariópolis, a região tem uma situação diferente do restante do Estado por conta de seu microclima. “Aqui as opções que outras regiões do Estado tem não funcionam, como o milho, que não tem boa produtividade”. A intenção seria plantar o milho antes de dezembro, atendendo a demanda da microrregião de Pato Branco, que em nada afetaria os cuidados com a ferrugem, porque antes de 10 de maio, no caso da segunda safra de soja, já não haveria mais plantas vivas no campo. “Aqui temos a questão de Santa Catarina, que continua plantando a segunda safra, porque não adota a medida que limita o plantio até 31 de dezembro, porque lá o teto é fevereiro, e por isso a justificativa da medida torna-se ineficiente em relação ao controle da ferrugem”.

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