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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Em seis anos, lavouras da microrregião reduziram 40% das perdas na colheita de soja

 

Chefe regional da Seab, Neri Munaro, diz que se perdia  cerca de R$ 40 milhões durante a colheita da soja 
na região. 
Foto: Lígia Tesser/JdeB

 

Na última quarta-feira, 1º, as regionais da Emater e da Secretaria Estadual de Abastecimento do Paraná (Seab), a Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Agrário de Francisco Beltrão realizaram o Seminário Regional em Sustentabilidade, no auditório do centro de eventos do Parque Jayme Canet Junior. No evento, junto com outras 16 prefeituras, foram premiadas as Propriedades Destaques em Sustentabilidade (noticiado ontem pelo JdeB) e também foram apresentadas as médias de avaliação regional de Redução de Perdas na Colheita de Soja – safra 2015/2016. 
A avaliação abrangeu os 20 municípios da microrregião de Beltrão, com objetivo de incentivar a máxima eficiência na colheita da cultura. Este ano foi a sexta edição da avaliação, que contou com a participação de 162 operadores de colheitadeira e levou em conta a coleta de amostragem de grãos no chão para quantificar as perdas em sacas por hectare. 
A Embrapa recomenda que a perda de soja aceitável seja inferior a uma saca por hectare. Na primeira safra avaliada (2009/10), foi constatada a média de perda de duas sacas e meia (2,5 sc/ha) por hectare. Na última safra avaliada (15/16), a perda foi 0,75 saca por hectare, ou seja, de acordo com o aceitável pelo Embrapa. 
Para o gerente da Emater para a região de Beltrão, Orley Lopes, o trabalho feito – treinamentos para operadores de máquinas,  boas práticas agrícolas e manejo de pragas – deve ter continuidade, devido a questões como mudanças de equipamentos e mudanças de filosofias. “Nós precisamos ampliar o trabalho feito hoje e manter com aqueles produtores que estão percebendo a importância de fazer uma boa regulagem de equipamento, de colher com a umidade adequada e fazer o plantio de forma adequada”, defende o gerente. 
Orley reflete sobre a redução das perdas deste ano e alerta para o montante das perdas de uma região: “Se nós multiplicarmos só pela área cultivada na nossa região, pelo valor que está a soja hoje, nós vamos ver que as perdas são enormes. O que estava se perdendo antigamente representava em uma única safra a possibilidade de se adquirir mil veículos populares, e imagine multiplicar isso em todas as regiões do Paraná, quanto está se perdendo”. 
Nestes seis anos de avaliação, foram analisadas amostras de 1.137 lavouras da microrregião de Beltrão. O chefe regional da Seab, Neri Munaro, informa que a avaliação começou quando se percebeu a grande perda da soja no campo. “Na época, se perdia duas sacas e meia por hectare e nos valores de hoje seria próximo a 40 milhões de reais, isso é muito para ser perdido. Começamos com muitos treinamentos e usamos estratégias de concurso”, lembra Neri. 
Com o passar dos anos, as perdas começaram a se manter em média de 0.75 sc/ha, mas Neri ressalta que há produtores que perdem somente sete quilos por hectare, o que ele considera praticamente zero. “Então é possível reduzir as perdas. Este ano, nós estamos monitorando 169 produtores, de forma aleatória, para ter um resultado bem real e reflete que o produtor está conscientizado”, comemora o chefe regional da Seab. 
Na programação do Seminário Regional em Sustentabilidade, os produtores participantes também puderam acompanhar a palestra do engenheiro agrônomo Nelson Harger, do Instituto Emater, sobre sustentabilidade da agropecuária; e a palestra da engenheira agrônoma Claudine Seixas, pesquisadora da Embrapa Soja/Londrina, sobre controle de ferrugem na soja. 

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