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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Falta de chuvas na região já “castiga” as lavouras de milho e feijão

Os meses de fevereiro e março foram de poucas chuvas. Abril também deve ter poucas precipitações.

Lavoura com plantas de milho em diferentes estágios de crescimento: falta de umidade.

As lavouras de milho e feijão da segunda safra – safrinha – na região de Francisco Beltrão-Dois Vizinhos estão sofrendo devido à falta de chuvas e às altas temperaturas. Foram plantados cerca de 98.150 hectares de milho (para uso como grão) na safrinha 2020/21 ante 84 mil na safrinha 2019/2020. No feijão também houve aumento: 37.450 hectares nesta safrinha e na safrinha 2019-20 a área totalizou 25.490. 

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Os bons preços nas sacas do milho e do feijão explicam a opção dos produtores de aumentar o cultivo. No Paraná, as cotações para a saca de 60 quilos fecharam a semana com valores médios entre R$ 84 e R$ 90. O feijão carioca de R$ 280 a R$ 300 e o feijão preto de R$ 250 a R$ 300. Os valores variam conforme a região.  Os aumentos nas áreas de cultivo ocorreram mesmo com a falta de chuvas em fevereiro e março e o plantio fora do período recomendado pelo zoneamento agrícola.

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Os institutos meteorológicos já adiantaram em fevereiro que a quantidade de chuvas para os meses de março e abril seria abaixo da média. Nesta semana a reportagem do JdeB percorreu o interior de Verê e verificou lavouras de milho desuniformes, o que é uma consequência da baixa umidade no solo (veja matéria na sequência). Antoninho Fontanella, técnico do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), Núcleo de Beltrão, diz que “em abril, praticamente não tivemos precipitações. Deu 0,1 milímetro em Dois Vizinhos. Tá bem complicada a situação. Não temos precipitações em nenhuma das quatro estações meteorológicas [de Beltrão, Baixo Iguaçu, Dois Vizinhos e Planalto]”.

Ele ressalta que “teve algumas chuvas isoladas” na região.Para se desenvolverem bem, as lavouras de milho e feijão precisam de chuvas. No momento, as lavouras de feijão estão entrando nas fases de floração e frutificação. No milho há algumas lavouras bastante debilitadas e já entrando na fase de floração. “As lavouras que foram plantadas em janeiro destinadas pra silagem estão com a produtividade muito baixa de massa. Devemos ter problema também na silagem na nossa região”, prevê o técnico. Muitos produtores usam a silagem pra alimentar o gado leiteiro nos meses de outono e inverno. 

Transtornos para os agricultores
No feijão, de 30% a 35% das áreas estão em fase de frutificação e 48% a 50% em floração. O restante está no período de desenvolvimento vegetativo. “Atrasou muito o plantio em função do atraso da colheita tanto no feijão quanto no milho da safrinha. [estas culturas] Foram plantadas fora da época recomendada, isso deve nos trazer transtornos lá na frente, no período de frutificação [dos grãos] tanto no milho quanto no feijão caso venha a queda de temperaturas previstas pelos principais institutos de Meteorologia, não só no município de Verê, como nos 27 municípios da região de Beltrão-Dois Vizinhos”, comenta o técnico do Deral. 

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