No período de desenvolvimento vegetativo das plantas a umidade estava muito baixa por falta de precipitações, o que prejudicou as lavouras.

A condição climática, o relevo e áreas extensivas para a agricultura destacam o município de Verê como grande produtor agrícola. Na segunda safra 2020/2021 – a safrinha – foram plantados seis mil hectares de milho e cinco mil hectares de feijão. Por um lado, é bonito de ver o verde das lavouras, por outro dá pena porque é perceptível, mesmo que de longe, que muitas lavouras de milho cresceram sem uniformidade e já se percebe que a produtividade será afetada.
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Como muitos produtores colheram com atraso a soja, o plantio de milho e feijão também atrasou. Devido às poucas chuvas, as duas culturas estão sofrendo com o atraso no desenvolvimento e estresse hídrico.
O agrônomo Ivan Nesi, gerente do entreposto da Coasul em Verê, diz que “já tem perda de produtividade”. O agrônomo comenta que as lavouras de milho já deviam estar todas pendoadas (floração). Por isso, ele acredita que haverá perdas de produtividade. Além do atraso no plantio, como no outono os dias são mais curtos, as plantas pegam menos sol e ainda há o risco de geadas nos próximos meses.
Cultivo de feijão
As lavouras de feijão também estão sofrendo por falta de chuvas. Embora seja de uma cultura de ciclo curto e rápido, o feijão sofreu estresse hídrico e a perspectiva é que haja perdas de produtividade. Precisava de mais umidade no solo durante período de desenvolvimento vegetativo. Com pouca chuva neste período, teve lavouras que foram prejudicadas no seu desenvolvimento.
O agricultor Cleison Camilo Bepler, da comunidade de Presidente Kennedy, em Verê, trabalha com a produção de leite, tabaco e milho. Ele plantou milho na safrinha em duas áreas e já sabe que terá quebra na produção. Numa área de dois alqueires, que foi arrendada por Cleison, houve germinação em 30%.
Ele plantou em março, já fora do período recomendado pelo zoneamento agrícola para a região Sudoeste.Cleison vai usar o milho que colher na sua propriedade. “Vou fazer tudo pra silagem”, conta o agricultor, que tem rebanho de 32 animais – 20 deles produzindo leite. O agricultor, que é líder comunitário, conta que a última chuva boa em Presidente Kennedy, Verê, foi em 20 de fevereiro. “Na semana passada deu 7 milímetros”, informa.
Ele acredita que vai ser a safrinha de milho mais fraca dos últimos anos. Apesar dos problemas da safrinha, o prefeito Ademilso Rosin destaca que o setor agrícola tem grande importância para a economia local. “A nossa região é muito produtiva, então aqui tanto o soja, como o milho e agora temos o feijão também, é uma motivação que a agricultura está investindo cada vez mais e o nosso município é essencialmente agrícola e, com isso, o nosso povo vai estar investindo cada vez mais, tanto na área rural como no urbano, é isso que está fazendo desenvolver o nosso Verê.”