Agricultura

Apesar de formar bonitas paisagens, a geada deixa um rastro de prejuízos em muitas atividades agrícolas. Na região, as lavouras de trigo, áreas de plantio de hortaliças e pomares são os mais afetados pelo fenômeno, que tem diferentes intensidades e características de acordo com a altitude, umidade do ar e intensidade do vento.
Na microrregião de Francisco Beltrão há 102 mil hectares de trigo plantados. Cerca de um terço está na chamada fase crítica, quando ocorre o emborrachamento e floração e que deixa a planta mais sensível ao congelamento. “Para o trigo, o frio é bom, mas no tempo certo”, ressalva o técnico do Deral/Seab, Antoninho Fontanella. Ele aponta que as plantações estão se desenvolvendo bem — graças às chuvas de junho — e que a previsão é ter uma “safra de primeira” se a geada for mais branda e com alguns dias de tempo seco na sequência. É que a chuva logo após o fenômeno dificulta a recuperação das plantas.
Hoje boa parte dos produtores de hortaliças trabalha com estufas, mas algumas espécies como Brassica oleracea precisam de mais área e são cultivadas em campo aberto. É o caso da couve-flor, repolho e brócolis, que se tornam mais vulneráveis ao congelamento. A geada também pode afetar algumas variedades de aveia e causar quebra na produção de árvores frutíferas que já iniciaram a floração devido ao tempo mais quente dos últimos dias.
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Fontanella, no entanto, lembra que antes de fazer qualquer previsão sobre os impactos das geadas no campo é preciso avaliar sua extensão. “Tem muitas áreas aqui na região, como no vale do Rio Iguaçu, que não é comum dar geada. Além disso, é necessário ver qual será a intensidade do frio, por quantos dias seguidos haverá o fenômeno, se virá acompanhado de vento e como o tempo vai se comportar nos dias após a geada, tudo isso influencia”, diz.