8.5 C
Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Guerra na Ucrânia já tem reflexos sobre o preço do trigo

JdeB – A guerra desencadeada pela Rússia contra a Ucrânia provocou mudanças no cenário internacional do trigo. Rússia e Ucrânia respondem por 30% da produção mundial do cereal e são grandes exportadoras do produto. A Argentina, outra grande produtora de trigo, está restringindo as exportações do produto diante do cenário de escassez. Diante deste cenário, muitos produtores rurais estão propensos a plantar trigo na safra que se inicia. 

Foto: Arquivo Jornal de Beltrão.

O relatório do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) prevê o plantio de 1.167.000 hectares de trigo e produção entre 3,6 a 4 milhões de toneladas nesta safra, no Paraná. Nas regiões de Maringá, Toledo e Ponta Grossa já começou o plantio das lavouras. Na região Sudoeste a intensificação do plantio ocorre a partir de maio. Cleverson Penso, gerente da Coasul – Cooperativa Agroindustrial – em Francisco Beltrão prevê que muitos produtores que plantaram feijão da safrinha e que não fizeram a safrinha de milho vão investir no trigo. “Essa intenção de plantio existe por causa da estiagem na safra de verão”, comenta o presidente do Sindicato Rural de Beltrão, Albino Poposki. Ele acredita que haverá um aumento de 50% na área no município.

- Publicidade -

Áreas maiores

A área de cultivo de trigo na região Sudoeste do Paraná vai aumentar na safra 2022-2023. Na região de Dois Vizinhos-Beltrão a previsão é que sejam plantados 120 mil hectares – três mil a mais que na safra passada. A produção inicial estimada é de 360 a 396 mil toneladas. Na região de Pato Branco, o cultivo deve abranger área de 73 mil hectares – nove mil a mais – e a produção estimada é de 220 a 235 mil toneladas. Ari Reisdofer, presidente da Assinepar, reside em Clevelândia, e conta que no município haverá uma área maior de cultivo nesta safra.

Albino Poposki: área de plantio maior.

Aumento dos custos

Albino Poposki relata que houve aumento nos combustíveis – o óleo diesel é insumo importante para o maquinário –, nos fertilizantes e nos químicos usados nesta cultura. Ele acredita que também haverá aumento nas taxas cobradas pelo seguro agrícola, pois as companhias seguradoras despenderam muitos recursos para cobrir a frustração da primeira safra 2021-2022 dos agricultores de várias regiões do Brasil.

Motivação para o plantio

 De acordo com Ari Reisdofer, o preço está motivando os agricultores. Neste começo de safra a saca de 60 quilos está oscilando entre R$ 92 a R$ 100, nas diversas regiões do Paraná. A tonelada do produto saltou de R$ 1.700 a R$ 1.750 para R$ 2.100, nos moinhos. “O produtor é movido pelo ganho.”

O técnico Antoninho Fontanella, do Deral-Seab, alerta que é preciso conseguir uma produtividade de 150,8 sacas por alqueire para cobrir os custos. Porém, a produtividade regional nos últimos cinco anos não tem fechado em 100 sacas. A situação ainda é indefinida.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques