Após período de boas chuvas para as plantas, últimas semanas têm sido de secura, calor e sol ardido.

Falta chuva e sobra calor. O tempo seco e com radiação solar considerada extrema também está afetando lavouras de milho e de soja da região.
Fotos: Leandro Czerniaski/JdeB
O tempo mais quente e seco das últimas semanas já começa a afetar plantações de soja e milho, as duas principais culturas da região. Somente nos 27 municípios da microrregião de Beltrão são 285 mil hectares plantados, a grande maioria de soja.
Apesar das boas precipitações de outubro e novembro, nos últimos dias as chuvas estão mais raras e quando chegam são rápidas e localizadas. Em Francisco Beltrão, por exemplo, o Simepar dava mais de 90% de chance de chuva na última segunda, terça e ontem, porém não houve registro de precipitação. Há cerca de 20 dias “não chove bem” na cidade.
Esta é uma fase importante no desenvolvimento das plantas, principalmente da soja, segundo o engenheiro agrônomo Ricardo Kaspreski, do Deral/Seab. “Em 85% das lavouras da região as plantas estão na etapa de enchimento de grãos ou maturação e água e condições do tempo mais favoráveis são necessárias”, explica.
O milho deve ser menos impactado, já que seu plantio foi atrasado em decorrência da estiagem que vigorou até setembro. Ricardo, no entanto, pondera que as condições das lavouras são muito relativas, visto que em cada município ou localidade vigorou um padrão de chuvas e de tempo que permitiu um melhor ou pior desenvolvimento das plantas. E assim, ainda não é possível calcular o real impacto destas condições na produtividade geral.
Além da falta de água, a intensa radiação solar e a umidade do ar mais baixa também podem prejudicar as lavouras e afetar a safra. Ontem, em Francisco Beltrão, a estação meteorológica registrou umidade de 46%, sensação térmica de 34 graus e a radiação ultravioleta alcançou índice 13 – numa escala de 1 a 16 – considerada de risco extremo. Essa combinação prejudica animais, humanos e também as plantas.
