Mas nas regiões de Beltrão/Dois Vizinhos produção também será significativa, se o tempo ajudar.

Por Beto Rossatti e Flávio Pedron
A área plantada com soja na microrregião de Pato Branco foi de 325 mil hectares, no caso do milho foram 26,5 mil hectares e o feijão 4,4 mil hectares. As variedades de soja mais precoces já estão sendo colhidas e apresentando produtividades recordes, entre 180 e 200 sacas por alqueire. Segundo Ivano Carniel, técnico do Deral (Departamento de Economia Rural) do Núcleo da Secretaria de Estado da Agricultura (Seab), de Pato Branco, a colheita está sendo favorável à cultura porque o clima colaborou, o que deverá possibilitar uma produção de 1,2 milhão de toneladas.
A safra de soja teve uma dificuldade inicial com o plantio por causa da estiagem, o que levou produtores a semear a terra fora do período indicado pelo zoneamento agrícola, mas todos estão obtendo bons resultados na avaliação do Deral/Seab. “E importante salientar que o desenvolvimento da cultura foi excelente o que está permitindo recordes de produtividade”, destacou Ivano. Para este ano, na avaliação do Deral teremos o maior volume de soja produzido na história do Sudoeste do Paraná. Outro aspecto positivo foi em relação à sanidade das lavouras, principalmente em relação a ferrugem, que praticamente não foi registrada na região.
Beltrão/Dois Vizinhos
A produção nas regiões dos núcleos da Seab de Beltrão/Dois Vizinhos, que compreende 27 municípios, está estimada em 960.840 toneladas. Esta produção pode se confirmar caso as condições climáticas sejam favoráveis. Neste momento há muitas lavouras cujas vagens já estão formadas e a umidade do solo é importante para o desenvolvimento dos grãos.
Nas regiões de Beltrão/Dois Vizinhos o plantio da soja também foi um pouco mais tarde por causa da estiagem que se estendeu de julho ao começo de outubro.
Ha possibilidade de a produção chegar a 1.014.220 toneladas. Na segunda semana de dezembro muitos produtores rurais que plantaram soja estavam prevendo que se caíssem boas chuvas nos dias seguintes a safra estaria garantida. As chuvas vieram, em menor quantidade. No entanto, do fim de dezembro até ontem o calor foi intenso em toda a região e o solo está seco.
A Seab estima que serão produzidas 19,7 milhões de toneladas de soja na safra 2019-2020.
Milho está perdendo espaço na primeira safra
O cultivo do milho por sua vez teve uma área plantada de 60 mil hectares na região de Pato Branco, que vai gerar uma produção de 386 mil toneladas. Segundo o Deral a área plantada vem caindo nos últimos anos. Do total plantado de soja e milho, 95% é ocupado com soja e apenas 5% com milho. A produção será recorde neste ano para a primeira safra, com produção média de 220 mil toneladas para a microrregião.
Na região de Francisco Beltrão/Dois Vizinhos o cultivo foi pequeno, apenas 18.200 hectares e a maior parte da produção se destinará para a produção de silagem. Como a região é grande produtora de leite, os agricultores que se ocupam da atividade plantam milho para garantir a silagem que é fornecida aos bovinos nos meses de outono-inverno. A produção está estimada em 165.620 toneladas.
A colheita do milho já começou em vários municípios, mas ainda há muitas áreas a serem colhidas. A qualidade do produto é boa.
Repercussão para as indústrias
Produção menor de milho para grãos no Sudoeste do Paraná impacto direto sobre as indústrias de ração que se obrigam a comprar maiores quantidades do produto no Paraguai ou nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Várias indústrias de rações estão sediadas na região já que há grandes rebanhos de suínos, bovinos de leite e frangos.
Em entrevista ao JdeB, em dezembro, o diretor-secretário da Coasul – Cooperativa Agroindústrial -, Fiorevaldo da Silva, analisou a questão. “[O milho] é o insumo principal que agora é usado na produção de proteína animal, nós temos importado volumes do Paraguai estamos estudando alguma coisa da Argentina, do Mato Grosso está vindo alguma coisa, do Oeste do Paraná também, mas é, sim, uma preocupação e com esse aquecimento [no preço] no mercado aí, a tendência é ter um consumo maior do milho, mas eu acredito que se tiver uma safrinha normal, como a do ano passado, não vamos ter problemas de abastecimento”.
Fiorevaldo ressaltou, no entanto, que “tem que ter preocupação sim, tem que ter um incentivo maior e o produtor planta milho olhando a rentabilidade, então o preço tem que ser competitivo normalmente aí vai acontecer a safra e o produtor vai investir e o milho vai ser produzido”.