Agricultura
Um levantamento preliminar do escritório regional do IDR-PR de Francisco Beltrão aponta que mais de 100 projetos do programa Renova Paraná, via Banco do Agricultor, estão em elaboração nos escritórios locais do instituto. A regional de Beltrão abrange 20 municípios.
De acordo com o engenheiro agrônomo Orley Lopes, do escritório regional do IDR, houve um crescimento de 130% neste segmento em relação a 2020. A maioria destes se destina à instalação dos equipamentos em propriedades de produção de aves e leite.
Orley diz que na área urbana já vinha acontecendo a expansão da energia fotovoltaica, mas na área rural a demanda era menor. Esta corrida se deve ao anúncio do fim do programa Tarifa Rural Noturna em dezembro de 2022 e, também, porque os custos com energia elétrica aumentaram devido à prolongada estiagem, que reduziu o nível das barragens de usinas hidrelétricas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e obrigou o governo federal a acionar as usinas termoelétricas. O resultado foi um aumento nas contas das pessoas físicas e jurídicas, tanto urbanas quanto rurais.
Há anos o TRN subsidia parte do custo mensal de produtores rurais paranaenses com a energia elétrica, permitindo uma melhora na renda, principalmente aos pequenos produtores rurais.
Na primeira etapa do programa foram destinados R$ 12 milhões. Como houve uma demanda o valor está chegando a R$ 30 milhões. Além dos programas oficiais do governo, há produtores rurais que estão implantando os sistemas de energia solar com seus próprios recursos financeiros.
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Para o presidente do Sistema Faep (Federação da Agricultura e Pecuária do Paraná), Ágide Meneguette, “atualmente, o setor rural é responsável por 13% da enegia solar instalada no País, de acordo com dados de 2020 da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar)”. Ágide destaca que os produtores rurais estão trilhando um caminho sem volta neste segmento de energias alternativas.
*Com informações do Sistema Faep.
Em Beltrão, maioria pensa em gerar a própria energia
No município de Francisco Beltrão o programa Tarifa Rural Noturna, do Governo do Estado, beneficia 160 produtores rurais. Eles têm subsídio na conta de energia elétrica entre 22h e 6h, da manhã, para diversas atividades rurais, principalmente em avicultura e pecuária leiteira.
A maioria destes produtores rurais de Francisco Beltrão, beneficiados pelo Tarifa Rural Noturna, é integrado de empresas avícolas. Orley Lopes, agrônomo do escritório regional do IDR-PR, em Beltrão, diz que o município é um dos que mais têm produtores cadastrados no programa TRN por causa da avicultura. Por isso, ele acredita que o programa Renova Paraná tem grande potencial em Beltrão.
Os técnicos do IDR-PR local contataram quase todos os 160 produtores contemplados pelo programa. Destes, 51 confirmaram que têm interesse em implantar o sistema de energia fotovoltaica pelo programa Renova Paraná e já estão encaminhando os projetos para a aquisição dos equipamentos, 13 disseram não ter interesse, 41 estão pensando se vão aderir ou não e nove já instalaram os equipamentos.
João Sérgio Canterle, engenheiro agônomo do IDR-PR, diz que a prioridade da instituição no Paraná é atender este público do Tarifa Rural Noturna, desde que se enquadrem como agricultores familiares (Declaração de Aptidão ao Pronaf).
Os projetos de financiamento para a compra e instalação dos equipamentos de energia solar/fotovoltaica podem ser feitos pelos escritórios do IDR-PR ou de planejamento agrícola.
No município de Francisco Beltrão, o escritório do IDR está elaborando mais de 30 projetos para financiamentos pelos programas Renova Paraná e Banco do Agricultor, que subsidia o juro até 5% ao ano. Os principais agentes de crédito para os financiamentos, nesta área, são o Banco do Brasil e as cooperativas de crédito.
Produtor vai pagar R$ 14 mil por ano de prestação
No KM-23, a família de seu Pedro Prando mantém dois aviários e rebanho de leite. A família conseguiu o financiamento de R$ 145 mil para a compra dos equipamentos e foi enquadrada nos programas de energias renováveis e no Banco do Agricultor, que dá subvenção de 5% de taxa de juro ano ano. Os equipamentos já foram comprados, falta apenas a empresa fazer a instalação. Maicon Prando, filho de seu Pedro Prando, considera a opção pela energia solar “como uma vantagem enorme”. Ele diz que a propriedade vai pagar R$ 14 mil por ano de prestação por dez anos de financiamento.