A posição é do presidente do Sindicato das Indústrias Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins.

Mais uma vez, a avicultura puxou o crescimento do agronegócio paranaense. O Valor Bruto da Produção (VBP), índice que verifica a movimentação financeira nos municípios, apontou um crescimento de 12% em 2019 em relação ao VBP de 2018. Em valores, o segmento movimentou R$ 17,2 bilhões. Na região de Francisco Beltrão-Dois Vizinhos, o setor avícola — produção de frangos, ovos e cama de aviário — respondeu por 42% do VBP.
Os abates de aves no Paraná totalizaram R$ 1,9 bilhão, aumento de 2%. “Isso demonstra o crescimento do agronegócio e da própria avicultura”, destaca Domingos Martins, presidente do Sindicato das Indústrias Avícolas do Paraná (Sindiavipar).
Em entrevista ao JdeB, Domingos comentou que o setor avícola paranaense vem alcançando índices chineses, numa metáfora para comparar o desempenho com a economia do país asiático. Os 33 frigoríficos de aves do Paraná abatem uma média de 160 milhões de aves por mês. Aproximadamente 40% da produção estadual de carne de aves se destina ao mercado externo. O setor é o segundo produto da pauta de exportações do Paraná.
Domingos Martins é de Arapongas (PR), onde mantém seu frigorífico de frangos. Entusiasta do setor avícola, ele diz que “de Norte a Sul, de Oeste ao Norte, se você rodar por aí, vai ver a quantidade de aviários que temos no Paraná”. Para o empresário, que está deixando a presidência do sindicato depois de 18 anos, a expansão da avicultura no Paraná “foi a grande manifestação de fixação do homem no campo”.
Atuação das cooperativas
O empresário enfatiza também o papel importante que as cooperativas tiveram no crescimento do setor avícola. “Elas entraram firmes na avicultura, começou com o Valter Pitol [da Copacol], depois o Dilvo [Grolli, da Copavel] que viram a importância de transformar o milho e soja em proteínas de carne de frango e suína”.
Para Domingos, “não foi um milagre [o crescimento do setor], no Paraná nós temos vocação, milhares de pequenas propriedades atuam na avicultura, são 400 mil no Paraná. Isso ajuda o pequeno proprietário a buscar alternativas, e a avicultura trouxe essa possibilidade de ganho”.
Novos produtos
Os frigoríficos do Paraná se antenaram também às exigências do mercado. Hoje, os consumidores não compram apenas o frango inteiro, há procura por pedaços de carne de frango. Os frigoríficos perceberam estas mudanças de gosto e opções dos consumidores e passaram a diversificar os cortes e produtos. “Hoje, os cortes de frango são 90% da produção”, conta Domingos.
Setor amplo
A avicultura não se resume apenas à produção e abates de aves. Aqui há também empresas avícolas que produzem ovos férteis e pintinhos para atender clientes dos mercados interno e externo. “Nós somos altamente participativos, somos líderes nacionais. Graças a Deus, a nossa atividade foi muito bem trabalhada”, destaca o presidente do Sindiavipar.
Ele prevê que o volume de exportação de carne de aves e o consumo no mercado interno continuarão em alta em 2020. “O mercado está firme, carne de frango é a mais acessível em termos de preço. Essa ajuda do Governo Federal como Auxílio Emergencial é significativa, para o desempregado ou subempregado esse dinheiro ajuda, o pessoal tá levando alimento pra mesa. Boa parte desse dinheiro vai pra compra de frango e proteínas.”
Domingos Martins agradeceu ao Jornal de Beltrão pela divulgação de matérias do Sindiavipar e da avicultura paranaense. Ele vai passar a presidência do sindicato dia 1º de setembro em solenidade restrita em função das normas para que não haja aglomeração de pessoas.