
Na região, o Sistema de Cooperativas de Agricultura Familiar (Siscoopafi) está entre os grandes compradores de feijão para repassá-lo aos programas do governo federal. A situação do baixo preço já tinha sido levada aos deputados Assis do Couto e Zeca Dirceu, e a senadorGleisi Hoffmann, do PT-PR, em encontros em Capanema e Beltrão, respectivamente, e às autoridades do governo federal. “Nós já mobilizamos toda esta turma sobre a necessidade do governo comprar este feijão das famílias”, diz o presidente do sistema, o capanemense Ivo Vial.
Ele acha que o governo federal poderia usar o instrumento da AGF para apoiar os agricultores e depois pode vender o estoque de feijão ou utilizá-lo nos programas sociais (programas de Aquisição de Alimentos e de Alimentação Escolar). Ivo frisa um dado importante sobre a safrinha. “A maioria deste feijão produzido é financiado”. A expectativa dele é que o governo autorize a compra. “Gostaria que liberasse umas 40 mil sacas em junho e mais umas 40 pra julho”, disse, em relação ao que as cooperativas do sistema poderiam entregar à Conab.
Ivo reconhece que se trata de um problema de mercado – há mais oferta do que procura – e os preços devem se manter baixos pelos próximos três meses. “Isso é um problema de mercado e o governo tem que fazer uma intervenção. Como é comida, não é milho e soja que você pode fazer ração ou outros produtos, é uma mercadoria que gira entre nós”, prega.
Outra preocupação do presidente do Siscoopafi é a destinação do produto para armazéns privados. O custo é muito alto para o produtor mentê-lo estocado, podendo girar de R$ 9,50 a R$ 15 a saca. Mas o superintendente estadual da Conab, Erli de Pádua Ribeiro, informa que a prioridade de envio do produto, na compra por AGI, é para os armazéns públicos, da Codapar ou Conab, e a terceira opção seria os armazéns credenciados e que seguem os padrões para armazenagem.
Erli diz que a Conab não pode comprar produtos com a finalidade sugerida por Ivo Vial. Isso dependeria de decisão do governo federal.