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Francisco Beltrão
quarta-feira, 04 de junho de 2025

Edição 8.218

04/06/2025

SAFRA AGRÍCOLA

Por problemas climáticos, produção de soja deve ser 15% menor

A Faixa de Fronteira foi mais afetada pelas condições climáticas deste verão. A Faixa de Fronteira foi mais afetada pelas condições climáticas deste verão.


Perspectiva é de uma quebra de 15% na quantidade de soja colhida.

JdeB – As altas temperaturas, o sol forte e a pouca quantidade de chuvas deste verão estão prejudicando as lavouras de soja dos municípios da Faixa de Fronteira/Vale do Rio Iguaçu. A produtividade naquela microrregião deve ser menor que as observadas nos municípios próximos de Francisco Beltrão. Antoninho Fontanella, técnico do Departamento de Economia Rural do núcleo regional de Francisco Beltrão/Dois Vizinhos, da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), relata que “nós temos hoje praticamente cerca de 80% das lavouras já colhidas”. A área ocupada com soja chegou a 298 mil hectares nos 27 municípios da região de Beltrão. Devido aos problemas climáticos, a previsão é uma quebra de 15% na produção.

Conforme Antoninho, na região da Faixa de Fronteira e do Vale do Rio Iguaçu já está mais adiantada a colheita. “Tem lugar que está com 90, 95% colhido de área. Nos municípios de Pérola, Planalto, Capanema, Realeza, tivemos problemas sérios, que foi falta de precipitação em certos momentos de dezembro, janeiro e agora em fevereiro. E com isso estas lavouras estão apresentando uma produtividade bem abaixo do esperado. O pessoal esperava colher 4.200 kg/hectare e tem regiões que estão produzindo em torno de 3.500 quilos por hectare”.

Os técnicos do Deral-Seab iniciaram a avaliação da produção nos principais municípios da região, mas serão avaliadas as produções e produtividades em todos os municípios. Antoninho diz que “com isso nós vamos tentar quantificar a produtividade. Quinta-feira [dia 27] eu estive no município de Perola do Oeste e para se ter uma ideia, Pérola do Oeste fechou uma produtividade de três mil quilos por hectare. É bem abaixo. E nos demais municípios nós vamos fazer reuniões a partir da semana depois do carnaval, avaliando não só a questão da soja como as demais culturas, o milho, feijão, até́ provavelmente nós vamos ter uma noção da previsão de trigo pra próxima safra”.

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Etri Wichinowski, técnico agrícola da Coagro, estima que 100% das áreas já foram colhidas em Capanema. As produtividades variaram de 50 sacas por alqueire a 180 sacas/alqueire. As lavouras mais afetadas pela estiagem foram as da comunidade de Tigrinho, na divisa com Planalto. Apesar dos problemas, Etri diz que a qualidade dos grãos colhidos é de boa qualidade. Nas regiões que tiveram uma ou duas chuvas a mais a produtividade das lavouras de soja foram maiores.

Produtividade maior

Nos municípios próximos a Francisco Beltrão – Beltrão, Marmeleiro, Renascença, Verê e até Dois Vizinhos – a produtividade da soja deve ser um pouco melhor que a região da Faixa da Fronteira. Gerentes de entrepostos da Coasul e Cooperalfa em Beltrão disseram ao JdeB, na semana retrasada, que as produtividades estavam boas em Beltrão e municípios circunvizinhos. “Então, isso deve compensar um pouco a produtividade, mas não que vai compensar, porque as prejuízos naqueles municípios foram muito grandes com essa quebra da produtividade, e aí nós temos outro fator que é a estimativa, a expectativa dos produtores, que estavam esperando colher em torno de 180, 200 sacos por alquere, que daria uma produtividade bem maior do que a nossa estimada. Mas agora, com as altas temperaturas e a falta de precipitação está sendo registrada essa produtividade bem abaixo do esperado. Infelizmente, a agricultura depende do clima e de outros fatores, mas o clima é fundamental para que o agricultor tenha uma boa produtividade, uma boa safra”.

Para a primeira safra de soja a produção inicial estimada pelo Deral-Seab era de 1,2 milhão de toneladas na região de Beltrão-Dois Vizinhos. Mas esta quantidade possivelmente não será alcançada devido aos problemas do clima. “É como eu te disse, vamos depender muito de fazer essas avaliações [nos municípios]. Mas provavelmente ainda vamos chegar próximo a um milhão de toneladas. Nós estávamos estimando realmente de um milhão e duzentos, um milhão e duzentos e cinquenta mil toneladas. Seria uma safra muito boa, mas, agora, com essa questão do clima que está sendo registrada nos municípios a gente espera ainda atingir de um milhão a um milhão e cinquenta mil toneladas”, relata Antoninho.

Com isso, a perspectiva é de uma quebra de 15% na quantidade de soja colhida. Mas isso precisa ser confirmado por meio das reuniões da Seab nos municípios. Vamos avaliar para informar mais concreto a produtividade e a produção”, ressalta o técnico do Deral/Seab.  

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