Empresa já mantinha aqui granjas de produção de ovos de perus e incubatório.
O presidente da Associação de Avicultores Integrados do Sudoeste do Paraná (Avisud), Claudinei Colognese, participou de reunião com a direção da unidade da BRF de Francisco Beltrão, terça-feira, 4, quando foi comunicado oficialmente da retomada dos alojamentos e abates de perus na unidade, a partir de 2022. Em entrevista à imprensa local, o presidente da Avisud destacou o novo formato de parceria da BRF com os avicultores.
Ele disse que no primeiro momento as exportações de carne de peru serão para o México. As exportações já foram autorizadas pelo governo mexicano, em março, após uma vistoria on-line da planta industrial de Beltrão. Claudinei disse que inicialmente “serão em torno de 170 aviários [para alojamento de perusinhos]; vai ser dado preferência àqueles aviários que tão fechados, que ainda tão em pé, que dá pra aproveitar, com uma reforma básica, não vai ser exigido grandes tecnologias, mas aquilo que se tinha antes. Não preenchendo isso, vão ser buscados novos aviários”. Mas a companhia prevê que serão, no total, 200 aviários para atender à demanda do abatedouro.
Parceria diferente
O presidente da Avisud comenta que “o legal da coisa é que vai ser no sistema modal autônomo, que é onde a BRF paga quase toda a dívida do produtor que ele tem em banco e ele faz o financiamento; a BRF paga um valor fixo por cabeça de peru pra pagar a dívida e mais o lote. É uma atratividade pro produtor, de repente, voltar à atividade. Vai ser devagarinho, não vai pegar todo mundo de surpresa, uma superprodução – creio que é sete mil aves por dia, que vão ser abatidas logo no início”.
Apesar da suspensão dos alojamentos e abates em 2018 na unidade de Beltrão, Claudinei diz que [a BRF] já tinha mantido três granjas de matrizes, onde os ovos eram coletados aqui no incubatório de Beltrão e mandados pra Chapecó; agora, o incubatório vai começar incubar aqui”. Ele diz, ainda, que “os aviários de perus iniciador mudaram pra frango, creio que a metade desses aviários tão de pé, voltam a criar o peru iniciador, mais o terminador que vão ter que reformar e fazer novos”.Claudinei reforçou que a Avisud vinha cobrando da BRF a retomada dos abates de perus em Beltrão. “Então, é uma vitória nossa também, uma vitória da associação, uma vitória da empresa, do pessoal do fomento aqui de Beltrão.”
Um privilégio
A situação nacional, com fechamento de empresas pelo País e 14 milhões de desempregados, um investimento de aproximadamente R$ 60 milhões na modernização da unidade para perus de Beltrão é uma grande conquista. “Com essa crise que tá acontecendo a nível nacional, empresas fechando e essa novidade do peru voltar pra cá é uma cartada. A gente fica contente com isso, é uma vitória do agricultor, isso vai dar 400 empregos na planta, fora os empregos indiretos – questão de caminhões integrados e tudo mais.”