Agricultura

Em Realeza, a estiagem ainda não afetou o abastecimento de água para consumo humano na área rural, mas o IDR/Emater já registrou queda na vazão de nascentes e poços. A preocupação é com os impactos da falta de chuvas nas pastagens, lavouras e produção de leite.
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“Em fevereiro choveu 10 mm e em março foram 82. O maior prejuízo é nas lavouras de feijão, sendo que em função do seu ciclo mais curto a estiagem provocou uma quebra de 50% da produção, além das perdas do milho safrinha, que ainda podem ser revertidas se chover nos próximos dias. As pastagens de inverno como aveia e azevém não podem ser plantadas e já há queda na produção de leite devido à estiagem”, comenta o técnico Odir Basso.
Antoninho Fontanella, técnico do Departamento de Economia Rural do Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura (seab), em Francisco Beltrão, afirmou ao JdeB, edição de sábado, 10, que a situação está bem complicada para as lavouras de milho e feijão da safrinha na microrregião. “Precisamos de precipitações pra todas as lavouras, principalmente de milho e feijão.”
O prefeito Nilson Feversani, de Bom Sucesso do Sul, disse na semana passada ao JdeB que esperava a chegada das chuvas para os cultivos da safrinha. “A produção estimada de Bom Sucesso é grande, o município plantou 80% do território pra safrinha, com mais ou menos 25% de milho e o restante de feijão da safrinha, [variedades] carioca e preto”, informou. Mas se não houver precipitações as perdas podem ocorrer devido ao estresse hídrico.
Cleison Bepller, agricultor na comunidade de Presidente Kennedy, em Verê, diz que a safrinha deste ano será a mais fraca dos últimos anos. Pra não deixar as vacas sem alimentação, ele vai moer todas as plantas e também arrendou outras áreas para poder alimentar seu rebanho de 32 bovinos de leite.
Numa lavoura que Cleison tem próximo do Rio Chopim, ele conta que “no início dele, no mês que foi plantado, ele tomou bastante chuva, por uns 40 dias, sofreu excesso de chuva e daí agora secou. Até na espiga tá seco por baixo. Tem 30% da lavoura que nem chegou sair espiga e o que saiu tá bem mal formado de grãos, a maioria nem vai encher a espiga”.