Relatório aponta que plantas conseguiram se recuperar, depois de um período de clima quente e falta de chuvas.
Seab-JdeB – As chuvas no fim de dezembro deram às lavouras de soja uma retomada no desenvolvimento. Conforme relatório dos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral) do núcleo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento em Pato Branco (Seab), as lavouras melhoraram consideravelmente em todos os aspectos: stand, vigor e carga.
O plantio se deu com atraso porque em setembro teve estiagem e as lavouras foram plantadas em outubro. Depois houve um período de altas temperaturas e poucas chuvas. “Aí a chuva correspondeu. A safra promete bastante…”, diz o presidente da Associação de Sindicatos Rurais do Sudoeste do Paraná, Oradi Caldato, de Pato Branco.
Muitos apostam em grande parcela da área com expectativa de produtividades comparadas ao ano passado, que chegou a 3.812 quilos por hectare. No entanto, a estimativa inicial do Deral, é de 3.500 quilos por hectare.
As primeiras áreas, plantadas em setembro, com variedades super-precoces, deverão ter início de colheita a partir do dia 20 de janeiro. Mas são áreas pequenas quase prontas para a colheita. A previsão de colheita, se as condições do tempo continuarem boas, é de uma colheita de 1.050.000 a 1,2 milhão de toneladas, praticamente igual a alcançada na safra 2016-2017. Esta grande produção se deve, também, à área destinada à oleaginosa que foi maior não apenas no Sudoeste, mas em outras regiões do Estado. Não está ocorrendo problemas de pragas e doenças, o que também é bom para o desenvolvimento das plantas.
A cultura da soja ocupa 94% das áreas de cultivo em comparação com milho, que chega a 5%, e o feijão não chega a 1%.
Milho não se recuperou
As lavouras de milho não tiveram a mesma capacidade de recuperação da soja, lavouras com germinação ruim, stand e desenvolvimento desuniformes devem fazer com que a produtividade não seja alta, porém deve ficar na média estimada 11.050 quilos por hectare.
Assim como na região de Francisco Beltrão-Dois Vizinhos, na micro de Pato Branco a área de cultivo foi pequena nesta safra. Baixou de 41.200 hectares para 18.500 hectares. A produção será quase 50% menos que a safra anterior. Devem ser colhidos 204 mil toneladas.
Os técnicos acreditam que as primeiras lavouras, destinadas para aproveitamento como grão, começarão a ser colhidas a partir de 10 de fevereiro. Ivano Carniel, chefe do escritório da Seab, diz que é a menor área já destinada na região de Pato Branco para o plantio de milho destinado à produção de grão.
O milho para silagem ocupou 23 mil hectares e o corte das plantas já começou.
Tempo prejudicou lavouras de feijão
As lavouras de feijão foram bastante prejudicadas pela condição climática durante o desenvolvimento. As primeiras áreas colhidas estão com produtividades abaixo do esperado – a média estimada é de 1.700 quilos por hectare. Grande parcela da área está pronta para a colheita. Esta semana marcaria a aceleração da colheita, agora prejudicada pelas chuvas. Por isso, os produtores não puderam retomar porque o solo está muito úmido.
Preocupação com a safrinha
Para Adejir Tumeleiro, gerente de compras da Coopertradição, de Pato Branco, tem posição diferente. Para ele, as lavouras que já foram dessecadas – estão prontas para a colheita -, se continuar chovendo, poderão ser prejudicadas pelo excesso de umidade. Mas ele diz que as lavouras que foram colhidas não terão problemas.
Parcela da produção deve ser destinada ao uso como semente para a safrinha. Já se prevê alguma dificuldade de oferta de sementes de qualidade para a segunda safra que começa agora. Mas Adejir Tumeleiro diz que a cooperativa possui sementes para atender os produtores. A preocupação dele é que o plantio da safrinha, nas áreas colhidas de milho, a partir do dia 10 de fevereiro, já ficará tarde para o cultivo do feijão.
