Mesmo fazendo tudo o que os técnicos recomendaram, a colheita está muito aquém do esperado.

JdeB – “A mesma carga de caminhão que no ano passado pesava 300 sacas, este ano dá 260”, diz Jackson Baldissera, ao falar de sua colheita de soja em Alto Verê. “Você olha a lavoura, parece bonita, mas vai colher, o grão pesa menos, e ainda vem muita impureza”, completa Elton Luiz Johann, encarregado do entreposto da Coasul de Verê.
Outra frase do Jackson: “No ano passado, a gente vinha ver o relatório perguntando chegou a 200? Passou de 200? (sacos por alqueire). Este ano é será que deu 100?”
Jackson levou sorte, ele diz que ainda não fechou as contas, mas acredita que irá colher pouco mais de 100 sacos por alqueire. Mas a maioria dos produtores estão colhendo bem menos. “Na média geral do que foi colhido até aqui, perto da metade da soja plantada, deve ficar de 35 a 45, e no ano passado a produtividade foi de 140 até 217 sacos por alqueire”, completa Elton.

Outras histórias
Antonio Alban, da Linha Belé, calcula que colheu, junto com seu irmão Albino, “uns 40 por alqueire”. Eles têm colheitadeira. Se não tivessem, teriam que pagar dez sacas por alqueire, sobrariam 30. Antonio admite que sua soja está entre as plantadas mais cedo, no fim de setembro, mas as lavouras plantadas em outubro, que pegaram mais chuva no período da floração, “também não estão tão boas, não”.
Em Nova Concórdia, interior de Francisco Beltrão, o ex-vereador Celmo Salvadori informa que seu filho Eugênio colheu 30 sacos por alqueire. E os vizinhos? “Tem pouca coisa melhor.”
No Verezinho, dona Mariza Machado de Souza Federizzi contou ao JdeB, ontem de manhã, que seu marido, Vilmar Federizzi, esperava colher bem, porque usou adubo de aviário e tudo o que os técnicos recomendaram, e ficou em mais ou menos 50 sacos por alqueire. A intenção é plantar feijão, mas falta chuva. “Ontem nós fomos pro Verê (cinco quilômetros de distância), lá deu uma boa chuva, quando chegamos em casa tinha poeira.”