Agricultura

O produtor rural Everton Ferreira de Souza, do Divisor, em Francisco Beltrão, atua na produção de milho para consumo na propriedade, bovinocultura leiteira e suínos. Everton tem captado recursos de financiamentos para suas atividades agrícolas e pecuária leiteira. Mas ele sempre faz os cálculos para ver se as condições são favoráveis da linha de crédito e se é possível encarar.
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“O que eu faço de financiamento, geralmente, é custeio, pecuário e o custeio agrícola pra plantar, porque não dá de plantar do jeito que tá sem ter o financiamento, por causa do seguro. Também tem alguns investimentos em cima de gado de leite, já mais antigos na parte da leitaria, mais pelo BB”, conta
Everton conta que um dos financiamentos foi utilizado para aumentar a produção. “Na época, era junto com meu irmão e com minha mãe, então, a gente aumentou bem a produção. Meu pai [Eliziário] tinha falecido e a gente aumentou bastante a quantidade de animais, então, fiz pra compra de vacas de leite. Na época pelo [programa] Mais Alimentos que tinha mais recurso, mas vejo que o recurso, na época, eu fui um dos que mais pegou. Hoje mesmo, se você for analisar, os bancos ligam oferecendo dinheiro. Mas, assim, o excesso de crédito também quebra a gente. Eu não tinha e até sugiro pra quem quer fazer, uma assessoria que faça essa questão financeira. Eu sempre brinquei, eu nunca fiz e já faz oito meses que tô fazendo e, assim, uma propriedade hoje, por mais que seja pequena ou aumentando, vale a pena estar a par dos números. Questão de financiamento: me ofereceram pra comprar dois robôs [de ordenha], por exemplo, Banco do Brasil tem linha pra isso – não sei se tá aberto ainda –, aí faz uma planilha, o valor pra dois robôs – em torno de R$ 1,5 milhão – tem financiamento e fiz a conta pra oito anos, colocamos tudo na caneta e em dez anos, isso vai dar R$ 930 mil. Hoje, eu fiz uma conta que fica inviável, vai pra R$ 2.430; se fosse com o financiamento de 1,5 milhão, eu ia pôr.”
Ele fala também sobre o consumo de energia elétrica e a possibilidade de financiamento na geração própria. “Tem outras questões: eu gasto bastante energia aqui, esse eu acredito que seja viável, não peguei, mas já tenho projeto da energia solar, mas pela quantidade que tô gastando hoje, vai em torno de R$ 10 mil em luz, entre vaca e suíno, ele [o projeto] se paga, mas acredito que valha a pena. Eu tenho um pouco de receio, porque hoje, como tô mais a par dos números, é fácil de você pegar o dinheiro, mas se colocar tudo na ponta da caneta, se torna uma bola de neve. De seis meses pra cá, eu consegui analisar mais essa questão de valor: todo mundo fala que o agricultor tem juro barato, mas quando? Hoje tu vai numa cooperativa, valor X você já tem que deixar lá; você vai no Banco do Brasil e alguma coisa tem que comprar deles – isso não é só comigo.”