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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Produtores aproveitam “estiada” para colher o produto

 

Agricultores aproveitaram a estiada de sábado para colher parte da produção.
Foto: Flávio Pedron/ JdeB

 

No sábado passado, o sol resolveu mostrar a cara no Sudoeste. Houve um período de sol e muitos produtores resolveram tentar sua colheita de safrinha. Mas o período sem chuva foi curto e o pouco feijão que foi colhido estava com índices de umidade altos demais.
O produtor Douglas Antonietti, de Canela, em Renascença, foi um dos que tentaram a colheita no sábado. O Jornal de Beltrão esteve em sua propriedade na data e acompanhou o problema do agricultor. “Fazia anos que a gente não via tanta chuva assim de fazer perder feijão na safrinha.O feijão na safrinha acontece de a gente perder por geada, mas não por tanta chuva de fazer brotar”, conta Douglas.
A propriedade dele tinha 22 alqueires de feijão plantado, que foi dessecado enquanto o tempo estava bom e ficou à mercê do clima nos dias de chuvarada. Com a estiada do sábado, ele até conseguiu colher parte de sua roça, mas já previa: “amanhã é pra chover de novo, então o que não conseguir colher hoje [sábado], acho que não dá mais colheita”.
Além dele, outros agricultores de Canela também colheram parte da safra no sábado, antecipando-se à chegada da chuva. 

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Cerealistas sofrem com feijão muito úmido

Não são só os produtores que encaram o prejuízo com as chuvas que impedem a colheita do feijão. As cerealistas que comercializam o grão também sentem o prejuízo. Milton Thomé, da Cerealista Tomé, em Marmeleiro, prevê que o dano vai ser grande: “O feijão está estragando tudo. A chuvarada já comprometeu mais de 60% da safra e vai comprometer ainda mais”.
Segundo ele, o pouco de feijão que os produtores têm conseguido colher está com qualidade muito baixa, com mais de 30% de umidade – o que exige que sejam levados para secador, que não conseguem suprir toda a demanda. “Temos mais de 2.500 sacas estragando na armazenagem”, conta.
Dileta Szimanski, da cerealista Grão do Sul, em Capanema, reforça: “As cerealistas menores, como nós, que não tem secador próprio, têm que pagar para os outros secarem. Aí esses que têm o secador estão aproveitando a situação e cobrando bem mais do que o normal”.
Segundo ela, a esperança é que as chuvas parem. “Tá bem complicado, Muitos agricultores já estão pedindo o seguro da safra, porque não vai dar para aproveitar”. Thomé afirma que “o problema está grave”. Ele prevê que a quebra da safra vai afetar além de quem trabalha diretamente com o feijão. “São milhões de reais que vão deixar de girar na economia”, prevê.

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