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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

RENASCENÇA

Produtores colhem boa safra de soja, mas reclamam dos preços

Safra boa ajuda até a movimentar a Festa da Soja, que é promovida todo ano no município.


Lavoura de soja em Renascença pronta para a colheita. Produtividade das lavouras colhidas vai de 110 a 230 sacas de 60 quilos por alqueire. Mas o preço que os produtores esperavam de até R$ 165 a saca caiu apra R$ 120. Foto: Flávio Pedron/JdeB.

JdeB – Os agricultores do município de Renascença estão tendo bons resultados com a safra de soja 2024-2025. A colheita já está ocorrendo, mas ainda há muitas áreas para serem colhidas. A soja movimenta a economia local e a produção é comprada principalmente pela Cerealista Bandeira, as cooperativas Tradição, Coasul e Coamo. Esta cultura é tão importante para o município que todo ano a Paróquia Cristo Rei promove a Festa da Soja.

Edson Siliprandi: soja movimenta a
economia local. Foto: Flávio Pedron/JdeB.

Edson Siliprandi, presidente do Sindicato Rural de Renascença, relatou ao JdeB como está a colheita no município. “Eu aqui, que estou na região que pertence mais pra divisa com Campo Erê, na região sul da Renascença, fechei a produtividade com 140 sacas por alqueire. E aí tem gente já colhendo só 110 sacas, porque é uma região de muito morro e a estiagem pega mais. Já aqui mais pro lado de Bom Sucesso [Rio Elias], Pato Branco [Canela], tem gente fechando a colheita com 230 sacas por alqueire. É uma super produção. Ultimamente aqui está todo mundo colhendo bem nessa região. Lá [na outra região] também estão colhendo bem, é que a estiagem não pegou tanto. A estiagem que pega na nossa região fica mais forte onde tem morros e lajes. Mas não está ruim a produção, vai dar uma média boa aqui em Renascença, porque nas outras regiões ali prejudicou mais”, informa Siliprandi.

Em Renascença, de acordo com seu Siliprandi, choveu um pouco mais que em outros municípios do Sudoeste nesta safra. Mesmo assim, teve chuvas esparsas por várias áreas do município.

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O presidente do sindicato diz que a qualidade do grão colhido é boa. “Todo ele, até hoje, ninguém se queixou do grão, o grão tá bom, não deu problema, porque a estiagem não foi tão prolongada. Já na região Norte [do Brasil], a gente viajou pra lá, lá prejudicou até o grão. O grão não saía perfeito.” 

Em Renascença teve lavouras que sofreram o ataque da buva, planta daninha da soja. Quinta-feira, 13 de março, o JdeB percorreu a PR 180, entre Marmeleiro e Renascença, e a reportagem pôde ver que a buva atacou algumas lavouras. Mas o presidente do sindicato ressalta que esse problema aconteceu em nível nacional. “É resistente e não é fácil o controle. Pra usar um produto, pra controlar muito ela, prejudica a planta. Então, não é fácil ter o controle dela. Antigamente, a gente pegava diarista pra ir lá e tirar, porque vale a pena, mas hoje não se acha mais diarista pra fazer isso aí. Então, deixando ali, prejudica a planta, reduz bastante a produção”, explica. 

Move a economia

A soja é uma espécie de “motor da economia” local. “É, pra nós em Renascença, o soja é o dólar nosso e se produzir bem o soja aqui, que nem este ano, todo o comércio aqui, tudo depende da agricultura, com uma produção maior, a nossa região vai estar bem financeiramente, bem desenvolvida, até a Festa do Soja nós acreditamos que vai dar boa, porque a turma está animada. E sempre que o chefe lá em cima nos ajuda, a igreja, nós também”, diz seu Edson. O cultivo da oleaginosa ocorre em pequenas, médias e grandes propriedades. É a tradição do município até parte dos pequenos se dedicarem à atividade.

Preço decepciona

A cotação da saca de soja, nesta safra, não está no patamar que os produtores rurais gostariam. Siliprandi diz que tem ouvido muitas reclamações dos produtores. “O preço tá muito baixinho, o que o produtor que vem aqui no sindicato reclama que se estivesse nuns 160, 165 (reais) à saca já estaria normal, mas agora, 120, 125, tá muito baixo. É muito preocupante. Até nós, aqui do sindicato, estamos sentindo. A colaboração do produtor aqui também é fraca porque eles não estão em uma situação muito boa. Se fosse lá no Norte já não é, porque lá eles têm um estoque pra dois, três anos na produção deles e nós aqui não, é ano a ano. Então, quando nós vimos nós tínhamos quebrado, porque o financiamento vence, o juro não baixou, já a soja baixou de preço, o adubo não baixou, a semente que a gente retira lá, os produtos que a gente usa, não baixaram. Então é pouco lucro”, relata.

O produtor rural, no entanto, reconhece que as propriedades, mesmo com preços menores, ainda terão lucro. “Este ano vai ter porque a produção foi boa. Mas ano passado nós vimos com o prejuízo, que na nossa região, aqui em Renascença, principalmente, fechou muito baixa a produtividade do soja. E a turma que estava meio fraca no financeiro, agora vai sair um pouco melhor, mas vai ter que pagar o prejuízo que levou no ano passado.”

Neste ano, foram plantados 23 mil hectares de soja em Renascença e a expectativa inicial era de uma produção de 93 mil toneladas. No ranking regional, Renascença liderou por muitos anos em área de plantio e na produção de soja. Nos últimos anos, no entanto, o município de Francisco Beltrão assumiu a liderança.

Na safra 2024-2025 a área ocupada foi de 24.600 hectares em Beltrão.

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