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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Produtores de leite podem renegociar dívidas com o BB até o final de março

Medida pretende aliviar situação de pecuaristas, mas associação de produtores reclama da falta de informações nas agências sobre os procedimentos.

 

Agricultores do setor leiteiro podem procurar diretamente as agências do BB ou técnicos da área de assistência rural.

Por Leandro Czerniaski

Termina em 29 de março o prazo para que produtores rurais possam renegociar dívidas junto ao Banco do Brasil. A medida contempla aqueles pecuaristas – especialmente da área leiteira – que captaram recursos para custeio e investimento nas propriedades e na produção e agora estão em débito com a instituição.  
“Estão aptos a vir buscar a renegociação os produtores que têm parcelas vencidas até dezembro de 2017”, explica a gerente geral do Banco do Brasil de Francisco Beltrão, Juliane Pivatto. 
Na agência do município, a procura pela modalidade ainda é baixa e, segundo Juliane, cada renegociação será analisada caso a caso: “a recomendação é que primeiro sejam procuradas as assistências técnicas, que vão fazer os projetos e formalizar conosco a proposta para parcelar os débitos”. 
Poucos produtores também têm buscado a agência em Marmeleiro, onde cerca de R$ 12 milhões estão emprestados ao setor leiteiro, segundo o gerente geral, Gilmar Capellari. “Um dos motivos para essa baixa procura talvez seja o fato de a maioria dos produtores não estar inadimplente com o banco e conseguindo pagar em dia as parcelas, apesar das dificuldades deste segmento”, diz o gerente. 

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Preço do leite em queda 
A renegociação das dívidas atende um pedido feito pela Abraleite (Associação Brasileira de Produtores de Leite) ao Ministério da Agricultura. A principal alegação da entidade é de que o preço pago ao produtor está baixo e em muitos casos causando prejuízos às propriedades e comprometendo o pagamento de financiamentos e do próprio custeio da produção. 
Em setembro de 2016, por exemplo, o litro do produto era negociado a R$ 1,52 no Paraná, mas no mês passado chegou a R$ 1,07, segundo o Cepea/Isalq.  No entanto, há produtores da região recebendo menos de um real por litro, bem abaixo do custo de produção do leite, estimado em R$ 1,12 pela Comissão de Agricultura da Amsop. 

Produtores desistem da atividade

Comunello: baixo preço está forçando
produtores a abandonar a atividade.

 

O produtor Maciel Comunello diz que a queda do preço está forçando agricultores a deixar a atividade e que alguns comercializam o litro do leite a cerca de R$ 0,80. “Há muitos meses o preço está baixo: quem tinha um pouco de capital de giro já gastou tudo, pegou financiamentos e agora não há mais de onde tirar dinheiro; estão vendendo equipamentos, o gado e saindo da atividade para não piorar a situação financeira”, conta. 
Comunello também integra a equipe técnica da Rural Leite e afirma que produtores não estão conseguindo renegociar as dívidas devido à falta de orientação das equipes do banco. “Chegaram casos até nós de unidades que não aceitaram a renegociação, mesmo havendo interesse e condições dos agricultores em fazer isso. Possivelmente o que acontece é que o governo anuncia, mas não repassa os procedimentos para as agências e aí quem fica sem solução é o produtor”, relata.

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