Agricultura

Mais um projeto pioneiro começa a ser desenvolvido junto aos produtores rurais de Marmeleiro, desta vez na área da piscicultura. Segundo o diretor do Departamento de Agricultura, Sidiclei Risso, a ideia do Programa de Piscicultura surgiu com a intenção de fomentar todas as cadeias produtivas do município, assim como o Programa de Hortifrutigranjeiros e o Programa de Engorda de Bezerros. “O município de Marmeleiro tem vocação para a produção de peixes porque tem uma condição hidrográfica muito boa. Com isso, podemos aliar a mão de obra com a disponibilidade hídrica, que é abundante”, avalia Sidiclei.
Fomento do programa
A partir da ideia inicial, os produtores interessados foram chamados a uma reunião no Departamento de Agricultura para a primeira apresentação de como o programa será desenvolvido. Foram informados de que, inicialmente, todos devem participar de um curso de nivelamento para avaliar em qual sistema de produção cada um deles pode ou pretende se encaixar. “Todos vão fazer o curso básico e a partir daí vão definir se encaminham para o frigorífico em Beltrão [tilápias], para pesque-pague, que é mais um tipo de empreendimento, ou se vão produzir para o sistema de subsistência e comercialização nas feiras municipais [carpas, peixes redondos e couro]”, esclarece Sidiclei. Para a comercialização nas feiras, cada peixe deve ter o peso mínimo de 3,5 quilos. As feiras serão organizadas mensalmente no município e os peixes serão comercializados vivos.
A médica veterinária Talia Cristina Francescon Dahmer, que trabalha no Departamento de Agricultura, também acredita que o programa pode ajudar a desenvolver as pequenas propriedades que têm aptidão para a piscicultura. Ela conta que o município vai trabalhar para fazer com que todos os produtores que tiverem interesse sejam bem atendidos. “A cadeia da piscicultura de água doce é de extrema importância e, com a assistência técnica, o produtor terá ainda mais conhecimento para que possa ter aumento da sua produtividade”, projeta.
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Regularização
Todos os interessados em produzir peixes para comercialização nas suas propriedades precisam também, necessariamente, obter todas as licenças junto ao órgão de fiscalização da legislação ambiental. Sidiclei alerta para alguns detalhes a serem observados quanto à liberação das licenças. “Quem quiser colocar uma máquina para trabalhar na propriedade, terá que ter a licença. O departamento vai colocar um engenheiro ambiental à disposição de todos os interessados. O que queremos é que todos os produtores estejam regularizados”, reforça. E é importante lembrar que, para que possam fazer o também transporte dos peixes, os produtores necessitam da Guia de Trânsito Animal (GTA). “Mesmo para o transporte da produção das propriedades até as feiras livres municipais, os produtores vão precisar dessa documentação”, completa Sidiclei.
Atendimento ao produtor
Da mesma forma que nos outros programas, os piscicultores receberão assistência técnica por parte do Departamento l de Agricultura para que possam obter os melhores resultados nas suas propriedades. Sidiclei afirma que a assistência será oferecida desde o início do processo. “Vamos fornecer equipamentos para a construção dos tanques, prestar todo apoio para a organização dos produtores, para a compra de insumos e para a comercialização”, finaliza.
Planejamento técnico
A propriedade da família Werkauser, na Linha Km 15, é uma das que já receberam todas as licenças necessárias do Instituto Água e Terra (IAT). A agrônoma e produtora rural Clariana Maria Werkauser Bressiani afirma que procurou orientação técnica para que pudesse receber liberação para dar início à produção de peixes, o que será feito numa parte da propriedade que estava com espaço ocioso. Segundo ela, toda parte legal do processo foi encaminhada ao IAT por meio do site da autarquia estadual.
Tramitação do processo foi ágil
Clariana conta que ficou surpresa com a agilidade do processo, que é burocrático. “Em um mês, recebemos a resposta do deferimento de nosso pedido. Os representantes do IAT vieram até a propriedade e de pronto disseram que estava tudo aprovado e que o projeto tinha sido muito bem elaborado”, relata.
Depois de tudo aprovado e liberado, ela afirma que procurou uma instituição financeira para apresentar o projeto e ter acesso a um financiamento e, dessa forma, dar início ao processo de construção dos tanques na propriedade.
“Vou trabalhar com tanques comerciais para engorda de tilápias e contratei também um técnico para fazer a topografia do terreno. No final do mês de setembro vamos começar a mexer no solo para a implantação dos tanques. O investimento é razoável e quero aproveitar bem o espaço que temos”.
O trabalho, segundo ela, deve ter início a partir do próximo dia 20. Além das licenças e da parte técnica, um ponto muito importante que os interessados em produzir peixes precisam observar é se o Cadastro Ambiental Rural (CAR) da propriedade está em dia.