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Francisco Beltrão
quinta-feira, 05 de junho de 2025

Edição 8.219

05/06/2025

Riqueza produzida no campo subiu 3,8% no Sudoeste em 2015

São R$ 345 milhões de acréscimo de um ano para outro. No Paraná, no mesmo período, o crescimento foi de 4%.

 

Região tem 50.128 propriedades, das quais 29.941 (60%) produzem leite, importante componente do VBP.

 

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) da região Sudoeste cresceu 3,8% em 2015, segundo o relatório da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab). O resultado é a soma da produção agrícola dos 42 municípios da região e representou em valores R$ 9,45 bilhões. São R$ 345 milhões de acréscimo de um ano para outro. Levantamento realizado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), em 2015, mostra que o VBP do Paraná foi de R$ 77,82 bilhões. Este valor representa um crescimento real de 4% ante 2014.
A maior parte deste aumento é explicada pelo excelente desempenho da safra de grãos, que atingiu 38,09 milhões de toneladas no ciclo 14/15, valor 6% superior ao anterior e o maior já registrado em toda história. Também a produção de carnes foi recorde, superando a marca de 5,1 milhões de toneladas, 9% acima de 2014.
De acordo com a equipe do Deral, além do ganho de produção, houve também recuperação de parte dos preços. Uma fração de 72% do valor de 2015 é composta por dez itens, destes, metade apresentaram altas acima de 6,21%, inflação no período pelo IGPdi. A escalada do câmbio colaborou para esta alta, bem como beneficiou os setores exportadores paranaenses.
O chefe do Núcleo da Seab de Pato Branco, Ivano Carniel, ressalta que a recuperação de preços teve grande importância para a composição do VBP da região. “Principalmente porque nossa região é uma das grandes produtoras de frango de corte do Estado.” Mesmo em ano de crise, Ivano salienta que é a agricultura não deixou de produzir e tem ajudado a amenizar os dados econômicos do País. “Se você pegar a balança comercial específica da agricultura vai observar que sempre tem saldo positivo.”
Na região Sudoeste, o maior crescimento foi do município de Palmas que saltou de R$ 222 milhões para R$ 277 milhões (25%). Os maiores aumentos de produção foram percebidos na cultura de batata inglesa que representava 15% e passou para 22%. Toras de pinus subiram de 5% para 10%. Por outro lado, a soja, principal produto, caiu de 38% para 36% e a maçã teve uma queda de 13% para 8% em sua participação no VBP total. 
Na outra ponta está Coronel Domingos Soares, que encolheu seu VBP em 12,65%. De R$ 168 milhões passou para R$ 146 milhões, uma redução de R$ 21,2 milhões. A produção de soja, que representava uma fatia de 27% do total aumentou para 30%, porém toras de pinus caiu de 25% para 17%. 

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Colheita de Grãos
O forte da agricultura paranaense são os grãos e ela representa 49% do VBP do Estado. A agricultura foi o segmento com melhor resultado em 2015, comum acréscimo de 6% em seu faturamento. Conforme a Seab, este aumento se deve em boa parte à recuperação da safra de grãos que na temporada anterior foi prejudicada com períodos de estiagem. Outras culturas importantes, como a batata, café e feijão reforçaram o faturamento agrícola, avançando R$ 886 milhões, chegando a um valor de R$ 3,08 bilhões, considerando-se a soma dos três itens.
A soja é a principal cultura da agricultura paranaense e participou com 22% da receita total. Aumento da área plantada, o clima favorável aliado à tecnologia empregada nas lavouras fez com que houvesse aumento de produtividade de 17% na produção do grão com relação à safra anterior. Os preços médios obtidos com a comercialização da soja em 2015 foram inferiores aos de 2014, reflexo das baixas cotações no mercado externo. Porém o recorde novolume produzido refletiu em aumentode 8% na renda gerada.
Na microrregião de Francisco Beltrão, a área plantada de soja aumentou 9%, entre safra passada e a atual, chegando aos 2.500 hectares. Contudo, a produção subiu de 3.680 toneladas para 5.500 toneladas, aumento de 49%. Na micro de Pato Branco, o crescimento na produção de soja foi de 34%. 

Pecuária
A pecuária tem participação de 46% no total e manteve a trajetória de crescimento dos últimos anos e apresentou um incremento de 3% na receita gerada ante 2014. O frango de corte se destaca como principal item da pecuária, tendo em 2015 um faturamento 12% maior. O frango de corte, por exemplo, tem participação de 16% na composição do VBP parananense, perdendo apenas para a soja. É um segmento que a região Sudoeste se destaca. 

Campeão geral
O município de Dois Vizinhos, um dos maiores produtores do Estado, tem o maior VBP da região justamente pela grande produção de aves, alcançou R$ 795,6 milhões, com crescimento de 5% com relação ao ano anterior. Pintinho para recria manteve sua participação em 34% de um ano para outro, mas frango de corte subiu de 26% para 27% e ovos fertilizados se mantiveram na casa dos 10%. Em 2015 foram abatidos/ comercializados 58.650.000 cabeças de frango de corte, gerando um faturamento de R$ 212.459.625,00. 
Ademais, foram comercializadas 292.907.387 unidades de pintinho para engorda, com receita de R$ 263.616.648,30. Também houve uma produção de ovos de galinhas fertilizados de 14,1 milhões, com receita de R$ 77 milhões. 
A cadeia produtiva do frango foi beneficiada pelo menor poder aquisitivo dos consumidores que deu ao frango prioridade frente às demais carnes. Segundo a Seab, o   câmbio desvalorizado, demandas internas e externas aquecidas foram fatores que favoreceram a indústria avícola. Soma-se a isto o fato de que criadores de aves e as cooperativas, mesmo com o País tendo atravessado um ano de problemas econômicos, não pararam de investir no Paraná, gerando emprego e renda, alcançando um alto grau de especialização, com ampliação de aviários, frigoríficos e maior integração com os produtores. 
O chefe do escritório da Seab de Francisco Beltrão, Neri Munaro, ressalta que o Sudoeste tem cadeias produtivas bem estabelecidas e com alta rentabilidade, como a avicultura, a soja e o leite. “Também está crescendo muito a bovinocultura de corte. A genética na região está melhorando muito e ganhando cada vez mais destaque.” 

Leite e a renda
Na avaliação dele, não se pode deixar de falar da produção de leite, cuja bacia leiteira da região é a maior do Paraná. No Estado, o crescimento foi de 2%, atingindo 4,8 bilhões de litros. A região teve o mesmo crescimento, para 1,18 bilhão de litros anuais. Houve um aumento de 30 milhões de litros, sendo que a região de Francisco Beltrão cresceu 4%, Dois Vizinhos 2% e Pato Branco 1%. 
O nosso leite, ao contrário do que se pensa, tem boa qualidade sim. “E o Estado tem apoiado com políticas públicas pra fortalecer ainda mais essa cadeia produtiva, entretanto não queremos que o Sudoeste vire uma monocultura, por isso o incentivo permanente para a diversificação da propriedade. Temos excelentes atividades que se adaptam muito bem com a produção de leite, como a hortifruticultura. Produção de frutas, hortas, legumes. Temos um mercado de alimentos que é a merenda escolar que pode ser muito melhor explorado”, comenta Neri. 
A despeito dos bons resultados, Munaro afirma que a crise econômica começa a chegar no campo também. “Os juros para financiamento de equipamentos estão mais escassos e mesmo os que existem não estão sendo acessados porque os agricultores estão inseguros.”

 

 

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