A alta no preço da saca de 60 kg e na produtividade animaram os produtores de toda a região.

chegando, em alguns casos, a mais de 200 sacas por alqueire.
Foto: Renan Guex;/JdeB
Ontem, 2, a saca de 60 quilos de soja chegou a ser comercializada por mais de R$ 70 em algumas regiões do Paraná. Segundo informações do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), em Francisco Beltrão o valor médio comercializado foi de R$ 69 e em Pato Branco, R$ 71,5. Entre quinta-feira, 1º, e ontem, o valor subiu 1,20%. Em março do ano passado o valor da saca em Beltrão foi comercializada em R$ 62 de média.
“O valor se deve à variação do dólar, à quebra da safra argentina, pois lá, muitos produtores não conseguiram nem plantar devido à estiagem, e o excesso de chuvas no Mato Grosso que causou a má qualidade da semente”, diz o gerente de compras da Coopertradição, Adejir Tumeleiro. Na região de Pato Branco, Vitorino e Itapejara, Adejir afirma que já foram colhidos, aproximadamente, 70% da área cultivada. Na microrregião de Pato Branco foram plantados 323 mil hectares e a produção poderá atingir 1.160.000 toneladas.
“O que tinha pronto já foi colhido. Resta agora aqueles que plantaram um pouco mais tarde. Estávamos apostando em R$ 65 de média no preço da saca, esse valor atual animou os produtores. As propriedades estão com bons rendimentos, chegando a picos de 180 a 200 sacas por alqueire”.
40% já colhido. Algumas áreas surpreendem positivamente
O relatório do Deral de Pato Branco, dos técnicos Ivano Luiz Carniel e Josemar Bannach Fonseca, aponta que a produtividade da soja está boa e dentro das estimativas do Departamento. “Algumas áreas têm surpreendido positivamente, com intervalo de produtividade desde 120 até 210 sacas por alqueire, com um padrão médio de 150 a 160 sacas”, dizem em relatório.
Engenheiro agrônomo do Deral-Seab, Núcleo de Beltrão-Dois Vizinhos, Ricardo Kaspreski diz que na região, que abrange até Capanema, a qualidade da semente está boa. “Já foi colhido cerca de 40% e até o fim de março chega a sua totalidade, com média entre 145 a 160 sacas por alqueire”. Na região foram plantados 288 mil hectares de soja e a produção poderá atingir a 1.095.000 de toneladas.
Na região de Realeza, a colheita também está no início. “Foram entre 30% a 40% colhidos, com média de 3.600 quilos ou 60 sacas por hectare. Aqui estamos comercializando por R$ 71 a saca, é um bom preço. Até o fim do mês tudo será colhido”, diz o técnico agrícola Eduardo Coghetto, da Coingra. Na região há poucos produtores plantando as culturas da safrinha. “Apesar do prazo ter se estendido, foram poucos que plantaram a safrinha, porque o plantio da soja já foi atrasado. Há alguns que ainda estão plantando, mas podem ser prejudicados pelas geadas”, comenta Ricardo, do Deral.
Renda melhor
Se os preços forem mantidos nos patamares dos últimos dias, a perspectiva é de uma rentabilidade maior para o produtor em relação à safra passada. Conforme Ricardo, os produtores comentaram com ele que os insumos tiveram aumentos e os preços vinham se mantendo estáveis. Mas agora a cotação da saca aumentou e a tendência, diz Ricardo, é de “equilibrar a rentabilidade” do produtor.
*Colaboração de Flávio Pedron.
Bons resultados em Eneas Marques
JdeB – O agricultor Gilmar Jeremias, da comunidade de Pinhalzinho, em Eneas Marques, possui sete alqueires mecanizados e já colheu a soja. “A safra foi boa, safra cheia, deu limpo 180 sacas por alqueire. O valor está muito bom, este ano correspondeu o rendimento e o preço, vamos ver se daqui pra frente vai manter para os outros que plantaram mais tarde. A tendência da soja é não cair o preço”.
Outro agricultor que também plantou sete alqueires na mesma comunidade é Armelindo Volpatto. Ele começou a colher, mas teve de parar por causa das chuvas que caíram nesta semana. “Colhi só uma parte, mas está muito bom, umas 180 sacas por alqueire. O preço está chegando a R$ 69, tá bom pra vender”, disse ao JdeB, na quinta-feira, dia 1º.
Gilmar afirma que este ano conseguiu melhor preço e produtividade para a sua produção. “Em rendimento foi melhor que o ano passado. Foram 10 sacos a mais por alqueire neste ano. Ano passado eu vendi a R$ 58, este ano foi muito melhor o preço. Acho que os resultados dos produtores daqui da região estão todos nesse nível, todos alegres com o preço.”