Técnicos do Deral-Seab preveem para a safrinha 2020-2021 uma área de cultivo maior.
A segunda safra de soja, que terminou este mês de maio, de ser colhida, rendeu uma movimentação financeira de aproximadamente R$ 142 milhões no Paraná. Deste total, 25% ficaram no Sudoeste, algo em torno de R$ 35 milhões.
Esta nova colheita, também chamada de safrinha, é resultado da autorização feita no final do ano passado pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), que prorrogou o prazo para a semeadura, que antes tinha como data limite 31 de dezembro. A reivindicação para liberar o cultivo foi feita por lideranças da agricultura de Pato Branco e Mariópolis.
“Com o dólar alto, entra no caixa dos produtores um valor a mais, que vai ajudar bastante a movimentar a economia das regiões Sul e Sudoeste, onde se concentra praticamente a totalidade da produção de soja no Estado”, afirma o chefe da Casa Civil do Governo do Paraná, Guto Silva. Segundo ele, será um reforço para os municípios das regiões nesse período de retração econômica causado pela pandemia do coronavírus.
Na região de Francisco Beltrão-Dois Vizinhos a área ocupada com a segunda safra de soja foi pequena, apenas quatro mil hectares. Antoninho Fontanella, técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) do Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) em Francisco Beltrão, diz que o plantio foi pequeno porque a autorização veio muito tarde. “Esse ano o pessoal não plantou tanto porque não podia plantar em cima da resteva de soja. Aí o produtor plantou em cima da resteva do milho”, explica o técnico.
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O cultivo de soja da safrinha foi pequeno neste ano.
Foto: Flávio Pedron/JdeB
Área em Beltrão
Mas Antoninho acredita que para a safrinha 2020/2021, vai aumentar a área de cultivo de soja. “O pessoal vai plantar o milho mais cedo e aí deveremos ter uma área maior. Muitos devem fazer a rotação de cultura mais cedo e plantar a soja em janeiro”. Ivano Carniel, técnico do Deral-Seab, escritório de Pato Branco, afirma que “para a safra do próximo ano a expectativa é de que a área volte a crescer”.
Área em Pato Branco
Na região de Pato Branco, o Deral-Seab estima que foram plantados dois mil hectares e a produção de seis mil toneladas. Ivano Carniel, técnico do Deral-Seab, corrobora a informação do colega Antonio Fontanella. “A área desse ano foi menor que em anos anteriores tendo em vista que a liberação do plantio ocorreu praticamente no fim do ano, e na incerteza dos produtores se haveria ou não essa liberação, os mesmos fizeram o planejamento e as compras antecipadas para efetivarem o plantio de milho e feijão na segunda safra”.
Melhor planejamento da safra
Para o presidente do Sindicato Rural de Pato Branco e da Associação Regional de Sindicatos Rurais do Sudoeste (Assinepar), Oradi Caldato, essa prorrogação da colheita oferece mais estabilidade para os agricultores. “A medida permite mais planejamento nas lavouras. Além disso, a área de milho na primeira safra tende a aumentar, porque será possível plantar soja um pouco mais tarde. É uma vitória de todo o Estado, e sem prejuízo às questões sanitárias”, avalia.