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Francisco Beltrão
terça-feira, 27 de maio de 2025

Edição 8.213

28/05/2025

Seab de Dois Vizinhos fala em baixa produtividade na safra do feijão

O órgão não estimou um percentual de quebra de safra. Os feijões plantados tardiamente podem se beneficiar com a chuva desta semana.

Algumas vagens secaram com a estiagem, prejudicando  a produtividade e a qualidade dos grãos.

Algumas vagens secaram com a estiagem, prejudicando a produtividade e a qualidade dos grãos.

Foto: Salatiel Turra/Seab

Na regional de Dois Vizinhos da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab), a área de feijão plantada neste ano teve um aumento de 200 hectares em relação ao ano passado. Porém, a estiagem, que em alguns municípios chegou a quase 30 dias, pode prejudicar a produtividade e qualidade dos grãos. “No núcleo de Dois Vizinhos, a área plantada é de 6.750 hectares. Alguns produtores já começaram a colher, mas a qualidade não é a esperada devido à falta de chuvas. Os preços também não estão muito animadores. O feijão carioca é comercializado na região entre R$ 80 a 100 e o preto de R$ 100 a R$ 120”, comenta o técnico agrícola e economista do Departamento de Economia Rural (Deral) do Seab Dois Vizinhos, Salatiel Turra.
Diferentemente de outras culturas, o preço do feijão é influenciado diretamente pela qualidade do grão. “O preço do feijão é mais influenciado pela qualidade, ele é perecível. O milho e a soja, mesmo se a produtividade não for boa, são processados. Por isso o feijão é uma commodity de risco”, diz Salatiel. Na Cerealista Thomé, em Marmeleiro, a média de valores está entre R$ 120 o preto e R$ 100 o carioca.

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Em algumas propriedades, o plantio do feijão foi tardio e por isso algumas áreas estão na fase de floração e frutificação, logo, a chuva que iniciou ontem pode beneficiar a produtividade. “A chuva pode ajudar nessas áreas que estão em fases iniciais. A chuva também vai auxiliar para o milho. O feijão que já foi colhido ou já está em fase de colheita, as perdas são muito mais evidentes. Apesar da área de plantio maior, em virtude das adversidades climáticas há uma perspectiva de redução de produtividade, porém ainda não há uma estimativa de perda no núcleo de Dois Vizinhos”, afirma Salatiel.

No Paraná, 29% da área plantada de feijão já foi colhida. Das áreas restantes, 60% estão em fase de maturação, 38% de frutificação e 2% de floração. Dos grãos colhidos, 16% estão em condição ruim, 36% em qualidade média e 48% boa.

 

Geadas
Se a chuva que iniciou ontem e tem previsão de seguir até domingo pode contribuir com os produtores que plantaram tardiamente o feijão, a previsão da próxima semana pode desanimar. Segundo observador meteorológico do Iapar em Beltrão, Josmar Ramos, na madrugada da próxima terça-feira, 22, há possibilidade da formação da primeira geada do ano. “Nessas áreas que estão atrasadas, nas fases de formação e frutificação, se gear, com certeza terá prejuízos para o produtor”, acrescenta Salatiel.

 

Beltrão
Em entrevista ao Jornal de Beltrão na semana passada, o técnico do Deral/Seab de Francisco Beltrão, Antoninho Fontanella, disse que no núcleo a possibilidade de quebra de safra de feijão já alcançou os 40%. “Não fizemos o levantamento ainda, mas as perdas eu acredito que já sejam superiores a 40%”, analisou Antoninho.
Os produtores da região também estão preocupados. O agricultor Zilmar Giacomini, de Renascença, plantou 15 alqueires de feijão carioca e preto. “Tá muito crítico e já comprometeu a plantação.” As vagens produziram poucos grãos e muitos deles pequenos, sem contar a grande quantidade de vagens em que há apenas um feijão. Há pés em que a vagem secou com o grão pequeno e verde.

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